Mulher "virava" Obama para divertir ministro

Uma jovem dominicana, testemunha no julgamento contra o ex-primeiro-ministro italiano Silvio Berlusconi por prostituição de menor, contou nesta sexta-feira (25) aos juízes que se fantasiava do presidente americano Barack Obama para fazer o líder político italiano rir em suas polêmicas festas privadas.A dominicana Marysthell García Polanco, uma escultural mulata que costumava ser convidada para as festas do primeiro-ministro, descreveu como simpáticas e tranquilas as noitadas na residência de Berlusconi em Milão. "Às vezes me vestia como a juíza Bocassini, colocava a toga e tudo, o que o divertia muito", contou a latino-americana, referindo-se à severa promotora Ilda Bocassini, do tribunal de Milão, que esteve a cargo da maioria das investigações por corrupção abertas contra o ex-primeiro-ministro."Também me fantasiava de (Barack) Obama e da cantora Whitney Houston. Silvio Berlusconi morria de rir", declarou durante a audiência, segundo o diário La Repubblica.Ela afirmou que nenhuma das jovens que participava da festa "estava nua" e enfatizou que durante as noitadas não acontecia "nada de ousado".Segundo a modelo marroquina Imane Fadil, interrogada pelos juízes em abril, nas comprometedoras festas, havia até mesmo uma moça fantasiada como o jogador brasileiro Ronaldinho Gaúcho e outras vestidas de freira, que realizavam 'striptease'.Berlusconi está sendo processado desde abril de 2011 por prostituição de menor e por abuso de poder, por ter intervindo junto à polícia para libertar a jovem marroquina Karima El Mahroug, apelidada "Ruby Rouba-corações", depois de ela ser detida por roubo.Para a promotoria, Il Cavaliere intercedeu porque queria evitar que houvesse um escândalo. Os advogados de Berlusconi argumentam, ao contrário, que o então primeiro-ministro interveio para impedir tensões diplomáticas com o Egito, já que acreditava que a moça era a sobrinha do presidente Hosni Mubarak.Segundo a acusação da promotoria, "Ruby Rouba-corações" manteve "relações sexuais com Silvio Berlusconi em troca de pagamento em dinheiro ou outros" em 13 encontros que aconteceram em Arcore, próximo a Milão, entre os dias 14 de fevereiro e 2 de maio de 2010, quando a moça ainda era menor de idade.Pressionado pelos escândalos que minavam a credibilidade da Itália, com uma economia em crise, e pelos mercados, Berlusconi renunciou a seu cargo em novembro, abrindo espaço para um governo de tecnocratas encabeçado pelo economista Mario Monti.Outros casosAlém do caso que ficou conhecido como "Rubygate", Berlusconi responde a outros três processos em Milão.Um por corrupção de testemunha, outro por fraude fiscal do grupo Midiaset e um terceiro por violação de sigilo, em razão da publicação no fim de 2005 pelo jornal de sua família, Il Giornale, de transcrições de conversas protegidas pelo sigilo da instrução.As conversas mostravam uma forte conivência entre um alto dirigente de esquerda e o dono da seguradora Unipol em sua tentativa de assumir o controle do banco BNL.Fonte: G1