Blatter reabre caso ISL envolvendo Teixeira e Havelange

A Fifa decidiu examinar novamente os detalhes do caso ISL, depois da divulgação de documentos judiciais que descrevem pagamentos de subornos aos ex-dirigentes brasileiros João Havelange e Ricardo Teixeira.Outro fato complicador para Havelange e Teixeira é que a partir de agora não há mais prazo limite para julgamento de casos envolvendo subornos e corrupção.A entidade que dirige o futebol mundial nomeou o americano Michael Garcia para chefiar o comitê responsável pela investigação, como parte das recentes reformas no comitê de ética da Fifa. O juiz alemão Hans-Joachim Eckert foi nomeado para comandar o tribunal que julgará os casos e imporá sanções."Ele (Garcia) terá não só o direito como também o dever de fazer esse caso ser analisado nos aspectos éticos e morais, e então se reportar ao comitê executivo", disse o presidente da Fifa, Joseph Blatter, a jornalistas."Os presidentes de ambas as câmaras são totalmente independentes, isso foi solicitado pelo Congresso da Fifa", acrescentou. A eleição de Garcia foi uma surpresa, pois havia ampla expectativa de que o indicado seria o promotor argentino Luis Moreno Ocampo, conhecido por sua atuação no Tribunal Penal Internacional.Garcia atuou de 2005 a 2008 como procurador federal para o estado de Nova York, nomeado por George W. Bush. A sua área de atuação incluiu investigações sobre crimes do colarinho branco e terrorismo internacional. Garcia também foi vice-presidente para as Américas da Interpol, atuando também no Comitê Executivo da polícia internacional.Já Eckert é atualmente o juiz presidente da Corte Penal de Munique, responsável por casos de corrupção, fraude fiscal e crimes econômicos. Apesar da nomeação de presidentes independentes, o resto das câmaras não sofreu alteração em relação ao antigo comitê de ética - apenas o suíço Claudio Sulser, antigo presidente, ficou de fora.O novo formato do comitê de ética terá validade até o próximo próximo congresso da Fifa, que será realizado nas Ilhas Maurícios em 2013.Em documento divulgado na semana passada, o Ministério Público suíço acusa Havelange, ex-presidente da Fifa, e Teixeira, ex-presidente da CBF e ex-membro do comitê executivo da Fifa, de terem recebido milhões de dólares em propinas relacionadas à venda de direitos comerciais de Copas do Mundo na década de 1990.Os valores foram pagos pela empresa ISL, que havia sido encarregada pela Fifa da venda dos direitos, mas que faliu em 2001, deixando uma enorme dívida. Blatter era secretário-geral da Fifa na época em que Havelange era presidente, e a declaração feita na Suíça gerou questionamentos sobre se ele sabia dos pagamentos.Blatter disse que os pagamentos - que ele chamou de "comissões" - eram legais na época dos fatos. Havelange é presidente honorário da Fifa, e Teixeira renunciou neste ano ao comando da CBF e do comitê organizador da Copa de 2014.Fonte: Terra