Em novo clipe, banda punk "queima" Putin

A banda punk Pussy Riot lançou um novo clipe em que ateia fogo a um retrato do presidente russo, Vladimir Putin, marcando mais uma atitude das cantoras que deve indignar o Kremlin.Três integrantes da banda - Nadezhda Tolokonnikova, Maria Alyokhina e Yekaterina Samutsevich - foram condenadas no mês passado a dois anos de prisão por terem celebrado uma "oração punk" contra Putin no altar da principal catedral ortodoxa de Moscou. A condenação causou forte reação internacional, e grupos de oposição disseram que o processo foi parte de uma onda de repressão contra dissidentes na Rússia. Em agosto, o grupo feminino disse que duas outras integrantes que participaram do ato na catedral haviam fugido do país.O novo vídeo, divulgado pela Internet, tem três integrantes anônimas se apresentando no lugar das colegas presas. As mulheres cobrem os rostos com capuzes --sua marca registrada-- e aparecem descendo com cordas pela fachada de um prédio abandonado ou em construção.Um cartaz branco gigante mostrando uma guitarrista de minissaia vermelha, com a expressão "Pussy Riot", é desenrolado sobre a fachada e, sob ele, pendem cartolinas com retratos de Putin e de Alexander Lukashenko, presidente de Belarus."Estamos lutando pelo direito de cantar, de pensar, de criticar. De sermos músicas e artistas, prontas para fazer tudo para mudar nosso país, não importa quais sejam os riscos. Continuamos com nossa luta musical na Rússia, e nosso país está dominado por um homem mau", declaram as vozes alternadas, em inglês.As mulheres então aparecem acendendo sinais luminosos que agradecem Madonna, Red Hot Chili Peppers e outros músicos que se manifestaram em prol de sua causa. Em seguida, a câmera se movimenta para mostrar o retrato de Putin em chamas.No mesmo dia em que o vídeo foi lançado, o ex-presidente polonês Lech Walesa, ganhador do Nobel da Paz, disse ter enviado uma carta a Putin pedindo a ele que liberte as três integrantes presas."Não estou familiarizado com a lei russa, mas estou pedindo ao presidente Putin para libertar as meninas se a lei permitir", disse Walesa à Reuters por telefone. Antes da sentença, Putin disse que o trio não deveria ser julgado com excessivo rigor.Fonte: IG