Casa da Cultura realiza semana de cinema iraniano em Teresina

O Clube de Vídeo da Casa da Cultura de Teresina apresenta entre os dias 18 a 21 de setembro alguns filmes com criação e produção iraniana. Eles serão exibidos gratuitamente a partir das 18h30.A Casa da Cultura fica localizada na Rua Rui Barbosa, Centro da capital em frente à Praça Conselheiro Saraiva, e mantém várias exposições permanentes, com destaque para a de fotos antigas de Teresina e para sua pinacoteca, com telas de artistas plásticos como Afrânio Castelo Branco, Heloísa Cristina, Dora Parente, Josefina Gonçalves, Nonato Oliveira, Portelada, Fernando Costa, J. Brito, Kátia Paulo e outros grandes nomes. O primeiro filme, apresentado na terça-feira (18), chama-se “Gosto de Cereja”, de 1997, com direção e roteiro de Abbas Kiarostami. Narra a história de Badii, um senhor amargurado que quer cometer suicídio, mas para fazer isso quer que alguém o ajude (a enterrá-lo no local adequado, por exemplo). Todos se recusam, por várias razões, até que ele encontra um turco que também tentou se suicidar no passado.Na quarta (19), é a vez de “A Maçã”, filme de 1998 com direção e roteiro de Samira Makhmalbaf. “A Maçã” narra a história verídica de duas irmãs gêmeas, Massoumeh e Zahra, trancafiadas em casa pelos pais, uma senhora cega e um senhor desempregado, durante 11 anos, o que as levou a um processo de atraso no desenvolvimento global. A prisão domiciliar era justificada por uma passagem de um texto religioso do Alcorão, segundo o qual as jovens são como pétalas, que fenecem ao contato do sol e não podem ser tocadas por homens.No filme, acompanhamos o drama dos pais para não ver as filhas ficarem sob a tutela do Estado. Ele tentará ensinar as meninas a desenvolver habilidades essenciais, como varrer o terreiro e fazer comida, para provar a uma assistente social que elas devem ficar com a família. O instigante é que não só a história das irmãs é verídica, como os envolvidos no drama representam a si mesmos no filme. O pai, por exemplo, aceitou representar a si mesmo por acreditar que, assim, poderia defender seu nome, que fora, em sua opinião, caluniado. “O Círculo”, do diretor Jafar Panahi, é apresentado na quinta-feira (20). Três mulheres acabam de receber indultos temporários para deixar a prisão. As perspectivas, porém, não são boas. Além de terem sido condenadas, elas são mulheres e vivem em uma sociedade islâmica, com seus direitos cerceados pelos homens. Não podem nem mesmo comprar uma passagem de ônibus para outra cidade. O último filme a ser exibido, na sexta-feira (21), é “A Separação”, com direção e roteiro de Asghar Farhadi. O longa conta a história da separação de Nader e Simin, um casal diferente dos que estamos acostumados a imaginar no Irã: um marido compreensivo e não machista, aceita em ceder o divórcio a Simin, que quer deixar o país junto a ele e sua filha porque não quer que a garota cresça no Irã. Porém, seu pai é um idoso que sofre de Alzheimer em estágio avançado, que necessita de seus cuidados e, por este motivo, ele não aceita deixar o país e abandoná-lo. Nader é obrigado a contratar uma diarista que não tem o aval de seu marido e está grávida, para tomar conta de seu pai enquanto trabalha. Diante disso, uma série de acontecimentos seguidos de problemas caem sobre a família.Da redacãoredacao@cidadeverde.com