Mãe responderá por tortura no caso da criança cega de Uruçui

A Polícia Civil divulgou um vídeo onde é possível ver a menina L. S. S., 8 anos, sendo levada pelos pais, Woody Allen, vulgo Flash, e Charlene, ao Hospital Regional de Uruçuí. A garotinha, que é deficiente visual, foi encontra na madrugada de quinta-feira (7) trancada em um quarto de 4 metros quadrados cuja porta estava fechada com arame. A criança estava despida, muito suja e com quadro de desnutrição.O delegado responsável pela operação, delegado Matheus Zanatta, explicou que a garotinha está internada no hospital onde está recebendo cuidados de uma equipe formada por médico, psicólogo e nutricionista.Leia também:Uruçuí: Guarda da menina mantida em cárcere será decidida na segundaCriança resgatada de cárcere privado terá alta e pode ficar com paiPolícia resgata criança cega e desnutrida de cárcere privadoOs pais da menina foram presos em flagrante e devem ser indiciados pelos crimes de tortura, abandono e cárcere privado. “Era um quarto de dois por dois metros sem janelas, luz ou água. A casa inteira estava em situação precária. A equipe ficou chocada porque realmente ninguém nunca viu nada igual”, descreve. A polícia aguarda um relatório do Conselho Tutelar da cidade, que acompanhou todo o caso, para acrescentar no processo.Yala Sena/CidadeVerde.comDelegado Matheus ZanattaO delegado regional Francisco Rodrigues explicou que agora Woody Allen e Charlene estão à disposição da Justiça da comarca de Uruçuí. “Quando a menina foi levada ao hospital, ela passou por vários banhos. O médico que a examinou viu que ela estava tão suja que foi obrigado a cortar parte do cabelo para tirar a sujeira da criança”, afirma.Delegado Francisco RodriguesO casal, cuja mulher está grávida, ainda tentou justificar à polícia o estado no qual a criança foi encontrada. “Argumento do padrasto é que a criança era muito levada e tinham de manter trancada. A verdade é que eles passavam a noite usando crack e a abandonavam, foi assim que a polícia chegou até lá, para verificar se havia droga na residência. Se a polícia tivesse demorado mais dois ou três dias, certamente a criança estaria morta”, pontua.Carlos Lustosa Filhoredacao@cidadeverde.com