Briga entre advogado e técnicos da Eletrobras acaba em DP

Atualizada às 11h30Os ânimos ficaram exaltados durante a visita de funcionários da Eletrobras à casa do menino Hernesto Emanoel na manhã desta sexta-feira (3). O advogado da família, Lúcio Tadeu, acusou os servidores de terem entrado na residência sem permissão e uma discussão acabou na delegacia (leia abaixo). Jordana Cury/CidadeVerde.comOutro advogado da família, Rafael Sérvio, afirmou que a responsabilidade direta e total da morte do menino é da Eletrobras e que os trabalhos periciais, realizados nesta manhã, foram prejudicados pela violação da cena do acidente. “De qualquer maneira, a perícia tem que ser feita. Mas vamos apurar também se houve algum descaso por parte do plano de saúde, já que se passaram doze horas até que a família finalmente conseguisse uma UTI. A bicicleta do menino e dois dedinhos que estavam no local foram encaminhados à polícia”, declarou.No Colégio Alsiste, onde a criança estudava, o diretor Valdiran Lopes chamou atenção para as gambiarras na rede elétrica e pediu ajuda para que a Eletrobras possa fazer a manutenção do local. O CidadeVerde.com também flagrou várias emendas nos fios de energia que passam pela rua da unidade. “A escola está preocupada, pois cinco cabos foram emendados e depois disso o fio do telefone caiu. Alguns marginais estão usando o fio para pular para dentro da escola. E ainda temos o risco de que esses cabos caiam. Já temos seis protocolos de pedidos feitos à Eletrobras que nunca foram respondidos”, declarou. A perícia está sendo feita por três técnicos do Instituto de Criminalística que não quiseram gravar entrevista. Publicada às 10h56O advogado Lúcio Tadeu, que defende a família do menino morto eletrocutado, Hernesto Emanoel da Silva Moraes, de 8 anos, registrou nesta sexta-feira (3) um boletim de ocorrência no 7 º DP contra três funcionários da Eletrobras por invasão de domicílio e constrangimento legal. Ele explicou que dois servidores da segurança patrimonial e um assistente social da empresa invadiram a casa da família fora da hora marcada e começaram a fazer perguntas sobre o caso. Hernesto não resistiu as queimaduras e morreu na terça-feira“A família me ligou desesperada pedindo ajuda porque não tinha condições de responder às interrogações dos funcionários. Eu fui até o local e pedi que eles se retirassem, mas eles entraram no carro e permaneceram na rua”, reclamou o advogado. A tia de Hernesto, Gerusa Alves de Oliveira, conta que os advogados foram acionados às 8h, horário em que a visita estava prevista. “Eles não vieram às 8h porque sabiam que eles (advogados) estariam na casa. Preferiram vir às dez porque sabiam que a gente estaria sem amparo. O portão estava um pouco aberto. Eles entraram, foram até a metade da casa sem pedir autorização”, afirmou. Outro ladoA assistente social da Eletrobras, Maria das Neves Costa Lira, também compareceu ao 7º DP para prestar B. O. contra Lúcio Tadeu por agressão. De acordo com ela, a intenção da empresa era prestar toda assistência à família do garoto. “Pedimos licença, sim, para entrar. Até o momento, demos todo o apoio necessário, mas o advogado já chegou nos agredindo e nos chamando de invasores. Isso é agressão moral! Estávamos fazendo o registro do caso, que é o nosso trabalho”, reclamou. Assistente social apresenta relatórioLira considerou a queda do fio sobre o garoto e sua consequente morte uma fatalidade. “Poderia ter acontecido com um drogado, um marginal, mas foi acontecer com uma criança, por acaso. É uma fatalidade e estamos nos solidarizando com a dor da família, mas temos que fazer o nosso trabalho de investigar as causas”, justifica.PeríciaLúcio Tadeu informou que a perícia marcada para a manhã de hoje está sendo realizada e, apesar de considerar o procedimento essencial, explicou que existem outras provas do descaso da companhia elétrica. “A Eletrobras deveria ter preservado o local, que foi cena de morte violenta, mas trocaram os fios. Já pedimos que a empresa apresente o que foi retirado. Essa violação do local não vai nos prejudicar porque temos filmagens que mostram os remendos do fio”, garante o advogado. Flash de Jordana CuryRedação Carlos Lustosa Filhoredacao@cidadeverde.com