Entidades médicas do Piauí criticam projeto do governo federal

Sindicato, Associação e Conselho Regional de Medicina do Piauí são contra o projeto Mais Médicos, lançado ontem (08) pela presidente Dilma Rousseff. O presidente do CRM, Renato Leal, e o professor Gerardo Vasconcelos debateram o projeto no Jornal do Piauí desta terça (09).Para Renato Leal, o aumento no número de anos necessários para a formação do profissional médico acabará acarretando na diminuição do número de profissionais disponíveis no mercado. Ele acredita ainda que problemas irão surgir em relação ao número de professores, que já é pouco para a demanda atual."Precisamos de neurologista e a gora vai demorar mais. O ortopedista vai passar 11 anos. Está faltando gente para UTI. Ela [Dilma Rousseff] vai trazer médicos que fazem cursos fora sem vestibular. Ela não quer que eles se submetam a teste e simplesmente quer colocar o povo brasileiro como cobaia", avalia Renato.O professor Gerardo Vasconcelos também comenta a dificuldade em contratação de especialistas. Para ele, o aumento no número de anos necessários para a formação deveria ser utilizado na especialização dos médicos."Na minha época existia ainda o projeto Rondon e outros mecanismos de levar o aluno para o interior talvez respeitando as posições atuais dos cursos. Vai se precisar de mais professores. O território brasileiro com mais profissionais por habitante e o Distrito Federal e a estrutura lá parece ser caótica. Não é o número de médicos que vai diminuir o caos. Isso passa por uma discussão mais ampla", comenta.Leilane Nunesleilanenunes@cidadeverde.com