Especialistas afirmam: há como saber quem divulgou vídeo íntimo

O especialista em internet Luciano Personate e o advogado especialista em crimes virtuais Jônatas Machado garantiram, em entrevista ao Jornal do Piauí, que é possível identificar quem foi o responsável pela distribuição do vídeo de sexo entre os três adolescentes, o que culminou na morta da jovem Júlia Rebeca, 17 anos.Personate explica que, em primeiro lugar, é preciso saber quem disponibilizou o vídeo na internet, já que a gravação deixa claro que Júlia foi a autora. "Usamos o IP, que é como se fosse o CPF do aparelho, para fazer essa identificação. Esse registro é possível de ser rastreado. A operadora terá como saber", esclareceu.Já o advogado acrescenta que se alguém tiver "roubado" o vídeo do celular da jovem, cometeu crime previsto na lei Carolina Dieckmann: se apropriou de imagens íntimas para divulgação. "Mas, se a jovem tiver passado o vídeo de livre e espontânea vontade para outra pessoa, essa outra pessoa cometeu crime se tiver compartilhado com outras", destacou.Machado também explicou que receber o vídeo de sexo não é crime, mas compartilhar é, principalmente por se tratar de menores de idade. Ele também alertou para a facilidade de propagação de informações no universo virtual. "O tempo de 24h na internet é uma eternidade e o material só é tirado de lá com ordem judicial e esses trâmites demoram. As pessoas, especialmente os jovens, acham que são invencíveis. Esse vídeo causou um problema bem maior para a jovem e para a família", enfatizou o advogado.Jordana Curyjordanacury@cidadeverde.com