Quatro pessoas morreram por calazar em Teresina em 2013

Teresina registrou em 2013, quatro óbitos de pessoas contaminadas por calazar. O inseto, que causa a enfermidade está em todas as regiões do município, e afetou a 75 pessoas no ano passado, segundo informações da infectologista Amparo Salmito. A especialista explica que o processo de urbanização desorganizado causa o maior número de casos. “De 10 a 15 anos, as invasões desenfreadas, construções inadequadas e assentamentos feitos sem cuidado com o meio ambiente do mosquito acaba fazendo com que ele vá para o domicílio. Hoje, o calazar mora com a gente, no quintal”, descreve. Salmito acrescenta que a doença é transmitida por um mosquito e o cão é hospedeiro. O animal contaminado não tem tratamento, por isso, deve ser sacrificado. “Uma portaria do Ministério da Saúde informa que não há vacina ou medicamentos eficientes para tratar o cão. Os donos não querem, mas tudo o que se fez, pesticida, coleiras, produtos e medicamentos não têm mostrados bons resultados. O Ministério da Agricultura havia permitido a vacina, mas há quatro anos não recomenda mais porque ela não tem eficácia”, justifica. A única saída é a prevenção que é feita com a eliminação do mosquito. Para isso é necessário borrifar as residências das regiões onde há o inseto. “Uma dificuldade é que as pessoas têm que tirar todos os eletrodomésticos de casa – geladeira, fogão, televisão – para que a equipe da Zoonoses faça a borrifação. 50% não deixam fazer o tratamento”, diz Salmito. NúmerosEm 2013, foram registrados 75 casos de calazar na capital piauiense, praticamente o mesmo número que em 2012, quando 76 pessoas foram contaminadas. Em 2011 foram 72 casos. O calazar em Teresina atinge principalmente as crianças menores de cinco anos.SintomasOs sintomas se manifestam em humanos em cerca de duas semanas. Começam com febre, perda de peso, anemia, crescimento do baço e fígado por inflamação, dor nos ossos e nos músculos. Salmito explica que a cura é rápida para os casos de calazar humana, e que os óbitos registrados em Teresina foram ocasionados pela demora no atendimento. Além do Instituto de Doenças Tropicais Nathan Portela, o Hospital Infantil também atende estes casos. Carlos Lustosa Filhoredacao@cidadeverde.com