Produção brasileira de petróleo cai 1,7% em 2013, revela pesquisa ANP

Apesar dos sucessivos recordes no pré-sal, a produção nacional de petróleo continua em queda. Nesta segunda-feira, 03, a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) divulgou os dados da produção brasileira: foram 2,024 milhões barris por dia, recuo de 1,7% em relação a 2012. A origem do problema está no fraco resultado da Petrobras na Bacia de Campos, região responsável por 80% da produção do País.A Petrobras produz 92% do petróleo nacional, e apenas 8% ficam nas mãos de outras 25 empresas, como Statoil e Shell, segunda e terceira maiores operadoras, nessa ordem. Na sexta-feira, a Petrobras informou que sua produção de petróleo em território brasileiro alcançou 1,931 milhão de barris por dia em 2013, 2,5% menos do que em 2012. Os números são ligeiramente diferentes da reguladora já que a petroleira inclui em suas contas líquido de gás natural (LGN).Foi o 11º ano que a estatal não conseguiu cumprir suas metas internas de produção. Há dois anos o desempenho da principal bacia petrolífera brasileira está em queda. Em fevereiro de 2012, a produção da Petrobras na região era de 1,758 milhão de barris por dia. Em dezembro passado, tinha caído 15%, a 1,497 milhão b/d. Em 2013, fechou em 1,531 milhão b/d, recuo de 5,3% em relação ao ano anterior.No ano passado, entre os motivos estiveram até corais. Quando descobertos pelo Ibama na Bacia de Campos, tiveram que ser protegidos e atrasaram a entrada de produção da P-63, no campo de Papa Terra.Desde 2009, quando estava em 1,69 milhão barris por dia, a produção em Campos está estancada. A Petrobras, que já registrou no passado eficiência operacional de 90% na bacia, chegou a 72% no ano passado e hoje recuperou o índice a 75,4%.A melhora é resultado de um programa bilionário de recuperação da eficiência, o Proef. Mas a apesar de deter o maior investimento de uma empresa no Brasil (US$ 236,5 milhões em cinco anos) a produção continua declinante e as novas plataformas que entram em produção não compensam o buraco deixado em Campos, que tem produzido cada vez mais água em vez de óleo.A Petrobras ressalta que "o declínio natural de produção nos campos em operação em 2013 ficou dentro dos padrões esperados pela empresa e compatível com o padrão da indústria de petróleo, e que houve, também, melhoria da eficiência operacional".Não fosse o aumento de produção do pré-sal, o recuo seria ainda maior. A ANP informou que a produção do pré-sal foi recorde em dezembro, com 346, mil barris/dia, alta de 2,5% em relação ao mês anterior. A produção veio de 28 poços dos campos de Baleia Azul, Caratinga e Barracuda, Jubarte, Linguado, Lula, Marlim, Voador, Marlim Leste, Pampo, Pirambu, Sapinhoá e Trilha.Fonte: Estadão