"Mulher é livre para vestir o que quiser", defende delegada Vilma

A titular da Delegacia da Mulher, Vilma Alves, comentou hoje (28) a pesquisa divulgada ontem que revela que 65% acredita que a mulher que mostra o corpo merece ser atacada. O número é do Ipea. A delegada comentou que isso é fruto da cultura machista ainda forte no Brasil, em que as pessoas "dão sinal que acham que a mulher é um lixo, não pode se manifestar, que é uma mercadoria".Raoni Barbosa/Revista Cidade VerdeSegundo a delegada, a Constituição de 88 resguarda à mulher o direito de se vestir da maneira como achar conveniente e o problema é quem ataca e não a vítima. "Quero reforçar que a mulher é cidadã, veste a roupa que quer, dança se quiser, rebola, vai insinuar se ela quiser porque o homem anda sem camisa, de sunga, de terno e ninguém vai mexer com ele. O muito que se faz é admirar. A mulher nunca vai atacar o homem como ele faz. O homem agarra a força, mesmo os casais que são casados há tempos", reflete.Em debate com a delegada no Jornal do Piauí, o advogado Leôncio Coelho ressaltou que a libido masculina é despertada de uma forma diferente da feminina e afirmou que uma mulher que veste roupa provocante pode desencadear a exacerbação da libido de um homem."Se uma pessoa aparece com vestimenta mais sensual, provocativa, o psicopata, o cidadão que tem desvio de conduta, se ele vê uma mulher vestida mais sensualmente, vai despertar a libido diferente nele", disse.O advogado citou o exemplo de mulheres que se vestem em desconformidade com a situação na qual é inserida. "Estou dizendo que existe um recato, ela [mulher] é muito mais bem vista se puder ser recatada. Um exemplo são as periguetes, que é aquela que se veste desconforme a situação para chamar a atenção das pessoas. Não estou dizendo que ela está errada, mas a libido é estartada", afirmou.Irritada, a delegada retrucou dizendo que  mulher não ter que esconder o corpo. "Não tem essa história do homem poder tudo e a mulher não poder nada", declarou.Leilane Nunesleilanenunes@cidadeverde.com