Advogado diz que é problema de gestão a situação do sistema prisional no Piauí

O presidente da Comissão de Segurança Pública e Direito Penitenciário da Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional Piauí, Lúcio Tadeu Santos, falou na tarde desta quarta-feira (06), durante o Jornal do Piauí, sobre a situação da Central de Flagrantes, que sofreu uma rebelião na manhã de ontem.

  Para o advogado, a situação é uma tragédia anunciada, que precisa de intervenção. “Estão esperando alguém morrer? Nós temos a menor oferta de vagas no sistema prisional do Brasil. É preciso que alguma coisa seja feita. Temos obras paradas, como a cadeia pública de Altos, que já teve a inauguração adiada várias vezes, tem as obras da Major César que estão paradas há dois anos. Para mim, isso é um problema de gestão”, pontuou.   Lúcio Tadeu falou ainda do trabalho de defesa dos direitos e da garantia de dignidade dos presos e dos trabalhadores da segurança pública. Ele citou o exemplo do 4º Distrito Polícia, que sofreu intervenção da Comissão de Direitos Humanos da OAB há alguns anos. “O 4ºDP era o pior exemplo de desrespeito a dignidade humana e do trabalhador. Na época, durante vistoria, encontramos presos fazendo suas necessidades em sacos, que era recolhidos pelos agentes de polícia, que jogavam no quintal do distrito”.   Ainda sobre a Central de Flagrantes, o jurista disse que a inauguração de uma sala para advogados naquela espaço, realizada na manhã de hoje, foi o primeiro fator diferente em sete anos. “Esse espaço físico é um direito assegurado em lei e um antigo desejo da ordem”.    Entenda o caso   Os presos da Central de Flagrante realizaram uma rebelião por volta das 4h da manhã de terça-feira (5). O levante começou após a entrada de um preso considerado perigoso.   A rebelião foi contida ainda durante a manhã. Não ocorreram fugas e todos os presos foram transferidos após o incidente, que não contou com feridos.     Arlinda Monteiro (especial para o cidadeverde.com) redacao@cidadeverde.com