A delegada Vilma Alves, titular da Delegacia da Mulher-Centro, informou hoje que cresceu o número de crimes contra a mulher em 2014, ao mesmo tempo, ela ressalta que tem aumentado o número de homens que procuram a delegacia para evitar cair na Lei Maria da Penha. O balanço anual das ocorrências foi divulgado na tarde desta segunda-feira (26). Segundo a delegada, foram registrados 2.067 crimes contra 1.500 do ano passado.

De acordo com o balanço, foram aplicadas 190 medidas protetivas e concluídos 261 inquéritos. Segundo Vilma Alves, o número de registros tem crescido levando em consideração dois fatores: ao temor do companheiro para ser enquadradado na lei e o avanço na conscientizaão da mulher de seus direitos.

"As mulheres não aguentam mais ser agredidas e estão buscando seus direitos", disse a delegada, ressaltando que tem crescido o número de companheiros que procuram a delegacia pedindo orientação no caso de violência doméstica.

"Eles vêm à delegacia mostram marca de violência praticada pela mulher, relatam xingamentos e os conflitos envolvendo os filhos, principalmente com guarda compartilhada, já que a criança vira um instrumento de criança entre ambos", afirma.

A delegada ressalta que desde 2006 a ameaça é a campeã de registro na delegacia. "A mulher é refém da ameaça. Ela afeta psicologicamente e fica vulnerável. É uma tortura psicológica e a sua autoestima fica em baixo", declara.

Ainda de acordo com a delegada, em segundo lugar no ranking de ocorrência está a violência física, principalmente pelo ciúme doentio e o marido não aceitar a separação. A violência psicológica aparece em terceiro lugar. 

Sobre as medidas protetivas, a delegada disse que tem adotado medidas para afastar o agressor da vítima de 100 metros até 1.000 metros por decisão judicial. "Em algumas decisões estamos pedindo a suspensão da arma, se no caso o agressor for policial militar, civil ou federal", destaca, ressaltando que mulher não é piano.

"Mas deve ser  tocada com carinho e amor e que o divórcio é o melhor remédio juridico desde 1977", finaliza.

Yala Sena (flash) Hérlon Moraes (Da Redação) redacao@cidadeverde.com