Você sabe escolher o azeite na hora da compra? Veja dicas

O azeite está presente na casa da maioria das pessoas. É muito utilizado no tempero de saladas, no preparo e na finalização de alimentos, além de poder ser usado como substituto da manteiga em pães e torradas.

Mais do que um óleo saboroso e útil na cozinha, o azeite oferece também diversos benefícios à nossa saúde. Mas vale destacar que existem diferentes tipos de azeite e, por isso, é importante conhecê-los melhor, para fazer boas escolhas na hora da compra.

Abaixo você confere tudo o que precisa saber sobre este tipo de óleo, além de dicas de como escolher um bom azeite na hora da compra.

Os diferentes tipos de azeite

Segundo a ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), a designação “Azeite de oliva” deve ser utilizada para os óleos do fruto da oliveira (Olea europaea), ou seja, a azeitona. “As expressões “virgem” e “extravirgem” devem ser utilizadas somente para os produtos obtidos exclusivamente por processos físicos de extração”, destaca Monique Karenine, nutricionista TNC GAN, especialista em Terapia Nutricional e Nutrição Clínica.

Pâmela Miguel, nutricionista da Clínica de Nutrição Funcional de São Paulo, explica que diferentes tipos de azeite podem ser comercializados, de acordo com o tipo de azeitona, modo de extração, condições climáticas durante o processo de produção, tipo de solo, entre outros fatores.

Ainda de acordo com a nutricionista Pâmela, o grau de acidez é um dos principais diferenciadores do tipo de azeite. “O grau de acidez do azeite refere-se à proporção de ácidos graxos livres com relação ao ácido graxo oleico (monoinsaturado) – este último que está presente em maior quantidade no azeite. Quanto mais ácidos graxos livres, maior é a acidez do azeite e menor é sua qualidade. Quanto menor a acidez, maior é a pureza do azeite e melhor são suas qualidades nutricionais”, explica.

Sendo assim, o azeite com baixa acidez indica que foi proveniente de um fruto de boa qualidade e obteve uma boa qualidade de tratamento e conservação. Pâmela Miguel destaca que os principais tipos de azeite são:

Azeite de oliva comum ou refinado: azeite que passa pelo processo de refinamento, onde perde vitaminas e outros nutrientes importantes. Possui cor clara e perde aroma, cor e sabor, devido ao processo de refinamento. “Como perde nutrientes, não é a opção ideal para consumo. Geralmente, esse tipo de azeite é misturado ao azeite extravirgem, gerando o azeite composto – muito comum nos mercados. Sua acidez varia de 1,5% a 3%”, explica a nutricionista Pâmela.

Azeite Virgem: tipo de azeite extraído apenas por processos físicos. “Possui boa qualidade, porém, o aroma e o sabor são inferiores quando comparados ao extravirgem. Sua acidez varia de 0,8% até 1,5%”, diz Pâmela.

Azeite Extravirgem: azeite prensado a frio, processo que mantém seus nutrientes e vitaminas. “Possui alta qualidade nutricional e é a melhor opção para o consumo. Sua acidez é a mais baixa, até 0,8%”, explica Pâmela.

A nutricionista acrescenta que existe ainda o azeite lampante, com alto grau de acidez, mas este não é destinado ao consumo e, sim, ao uso industrial.

Conhecendo melhor o azeite extravirgem e seus benefícios

Monique Karenine explica que o azeite extravirgem é produzido a partir da prensagem de azeitonas frescas, no máximo, até 48 horas após a sua colheita, sem nenhum processo químico. “É comum utilizar-se o termo ‘extração a frio’, pois a extração do azeite extravirgem de qualidade é quase artesanal. Para a obtenção de 200 ml do azeite extravirgem são necessários em torno de 1500 frutos da azeitona”, diz.

A nutricionista explica que o ácido graxo predominante no azeite extra virgem é o ácido oleico, caracterizado por ser monoinsaturado, sensível ao ar e até mesmo à luz. “Ele é conhecido por suas propriedades cardioprotetoras (um dos principais ingredientes da dieta mediterrânea), é capaz de auxiliar na redução do colesterol, além de ser rico em vitaminas lipossolúveis (A, D, E e K), com excelente potencial antioxidante”, destaca.

Pâmela Miguel acrescenta que, além da redução dos níveis sanguíneos do colesterol ruim (LDL) e aumento do bom colesterol (HDL), a presença dos ácidos graxos monoinsaturados contribui para a prevenção da aterosclerose (formação de placas de gorduras nos vasos sanguíneos) e, consequentemente, das doenças cardiovasculares. “O azeite, por possuir ação antioxidante, protegendo as células da ação dos radicais livres, previne o envelhecimento e as doenças degenerativas”, diz.

Ainda de acordo com a nutricionista Pâmela, o azeite possui ação anti-inflamatória, auxiliando no processo de perda de peso. “Ele também auxilia na prevenção da osteoporose, pois melhora a absorção de cálcio e possui ação protetora sobre a pele”, diz.

Orientações importantes para escolher o azeite

Para usufruir de todos os benefícios que podem ser oferecidos, existem alguns cuidados importantes na hora de escolher um bom azeite, conforme citam as nutricionistas abaixo:

Escolha produtos com embalagem escura e que estejam armazenados longe da exposição à luz e ao sol. “Desta forma evita-se a compra de produtos oxidados e de baixa qualidade”, diz Pâmela Miguel.

Na hora de escolher o produto para compra, leia atentamente as informações do rótulo – essa dica vale para qualquer produto alimentício. “Certifique-se de que não há mistura de óleos refinados e de que o produto atesta sua qualidade extravirgem”, orienta Monique Karenine.

Pelo rótulo, identifique o grau de acidez do azeite. “Lembre-se que, quanto mais baixo o grau de acidez, mais puro é o azeite e melhores são suas qualidades nutricionais”, diz a nutricionista Pâmela.

Verifique sempre a procedência do produto. “Observe o local onde foi produzido, onde foi engarrafado. Dessa forma conseguimos verificar o quanto ele foi manipulado e exposto ao ambiente”, acrescenta Pâmela.

Recentemente foram encontradas fraudes contra o consumidor em várias marcas de azeite extravirgem. “Por isso, acompanhe sempre a fiscalização através da mídia. Faça valer seus direitos”, destaca a nutricionista Monique.

Consumo do azeite extravirgem

Após a compra do azeite, novas dúvidas podem surgir: como ele deve ser consumido no dia a dia? Qual a quantidade diária recomendada?

Pâmela Miguel explica que o azeite pode ser utilizado na forma de tempero de saladas, como substituto da manteiga no pão e torradas integrais e na finalização de pratos quentes (carnes, molhos, massas integrais etc.).

Na hora de cozinhar, ele deve ser evitado. “O azeite extravirgem, ao ser aquecido, pode perder algumas de suas propriedades benéficas, como teor de antioxidantes, além da saturação de suas gorduras monoinsaturadas. Prefira outros óleos com maior grau de saturação, como óleo de girassol, soja e coco, para cozinhar alimentos”, diz a nutricionista Pâmela.

Ainda de acordo com a profissional, a quantidade ideal de azeite é de uma colher de sopa ao dia – que pode ser dividida em três colheres de chá (uma no café da manhã com pão, uma no almoço e a última no jantar).

Agora você já tem todas as informações que precisa e pode fazer uma boa escolha na hora da compra e, também, no momento de consumir o azeite em casa. Afinal, vale a pena acrescentar este tipo de óleo – que, além de saboroso, pode oferecer diversos benefícios à saúde – na sua dieta!

 

Fonte: Dicas de Mulher