Pesquisadores debatem morte de Lampião após 70 anos

Setenta anos depois da morte de Virgulino Ferreira, o Jornal do Piauí desta quarta-feira (30) reuniu pesquisadores que investigam a história do cangaceiro mais famoso do país, e uma dúvida foi levantada. Afinal, Lampião realmente morreu na Batalha do Angico, em Sergipe, no dia 28 de julho de 1938?   Quem levanta a dúvida é o historiador Reginaldo Silva. Para ele, Lampião desenvolveu várias estratégias para sobreviver no sertão fugindo da perseguição da polícia. "Ele fez camuflagens, ele podia substituir a ele próprio", disse Reginaldo, avaliando que o cangaceiro pode ter vivido muito mais tempo do que a história relata.  

  Já Leandro Fernandes, autor do livro "Lampião, a Medicina e o Cangaço" apresentou em sua obra o exame médico legal para comprovar a morte de Virgulino na Gruta do Angico, onde seu bando estava acampado. O pesquisador foi além: "Estive nas mãos com o que resta da cabeça de Lampião e Maria Bonita, e posso lhe afirmar que ele morreu no dia 28 de julho de 1938".  

  Mito nordestino até os dias atuais, Lampião tem as imagens de vilão e herói confundidas até hoje, e nisso os dois pesquisadores concordam. "Ele não tinha a intenção se fazer mal ao povo do nordeste. Ele foi mais perseguidor do que perseguido no início, e no final da sua vida ele foi mais perseguido do que perseguidor", disse Reginaldo.   "Lampião foi um bandido que virou herói, matou pessoas que ele considerava menos inocente, mas ele não era bandido sozinho. A polícia agia da mesma forma, o coronel também. Ele agia como um mafioso, um Al Capone", destacou Leandro.  

  Fábio Limafabiolima@cidadeverde.com
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