Sociólogo diz que protestos são fruto de insatisfação com eleição de Dilma

O sociólogo e professor Marcelino Fonteles, que tem 33 anos de PT, declarou na manhã desta quinta-feira (17) em entrevista ao Notícia da Manhã, que as manifestações "das elites" pedindo o impeachment da presidente Dilma Rousseff, que ocorreram no domingo (13), defendiam um projeto que foi derrotado - encabeçado pelo atual senador Aécio Neves (PSDB). 

“O PT foi criado como um instrumento para concretizar e consolidar a democracia e a redução das desigualdades sociais no Brasil; esse é o principal objetivo do PT. Nesse sentido, na sua essência, desde o presidente Lula à Dilma, isso tem acontecido. Então na questão essencial da ética e gestão pública no que diz respeito à distribuição de renda e ampliação da democracia, o partido e o governo tem alcançado o seu objetivo”.

Os participantes e apoiadores estão ressentidos porque não aceitam o resultado das eleições, incitado pelo candidato derrotado Aécio Neves, segundo Marcelino. Aécio foi citado cinco vezes nas delações, afirmando que ele faz parte dos esquemas de corrupção na Lava Jato, mas, nenhuma vez, foi autorizada a investigação pelo juiz Sergio Moro.

“Ele [juiz] tem consideravelmente perseguido o governo da presidente Dilma e o ex-presidente Lula. Eu acho natural, pelo acirramento e parcialidade que está essa disputa, nós temos uma situação bastante complexa e desafiadora”.

Sobre o pedido de renuncia da presidente Dilma, o sociólogo disse que “uma mentira repetida cem mil vezes acaba se tornando verdade, ou pelo menos para a maioria das pessoas. O juiz vez isso, uma emissora fez isso gerando insatisfação aos setores da elite, mas não existe a possibilidade do país cair em uma instabilidade maior. Se houvesse ocorrido a prisão do Lula, eu acho que o Brasil caminharia para um processo como ocorreu na França”.

Para ele, o caminho é fortalecer as instituições e a democracia. “Qual é o problema hoje da oposição? Eles queriam impedir o Lula de se candidatar a presidente em 2018. Oras, quando a Dilma chamou o Lula para o Governo, lhe deu mais poderes, é como se tivesse antecipado o novo mandato. Isso gerou uma grande insatisfação de quem é contra o Governo.

Amanhã, às 15h, na Praça Pedro II, no Centro de Teresina, haverá uma manifestação em Teresina, e em todo o país, em apoio ao ex-presidente Lula e a atual presidente do país, Dilma, à favor da democracia e contra o golpe.  

 

Carlienne Carpaso redacao@cidadeverde.com