Laqueadura sem corte desperta interesse de mulheres piauienses

Muitas mulheres em Teresina vêm mostrado interesse pelo método de laqueadura sem corte. Em uma maternidade particular da cidade as perguntas sobre o procedimento são constantes e a facilidade da técnica  vem despertado o interesse daquelas que não desejam mais ter filhos.

 

Esse é o caso de Luciana Silva  de 26 anos (nome fictício), que apesar da pouca idade, tem dois filhos e procurou saber sobre o procedimento, e se era possível  na sua idade fazer a laqueadura. “Criar filhos está muito difícil e eu já tenho duas crianças, não queria mais ser mãe, mas também não queria passar por uma cirurgia e todo aquele pós operatório que deixa a mulher pelo menos uns 30 dias sem poder fazer suas atividades normalmente, por isso estou interessada em fazer essa nova técnica. Quero tirar minhas dúvidas com o médico".

Até bem pouco tempo atrás, um dos métodos mais utilizados como meio de contracepção feminina, a laqueadura, só podia ser feito através de cirurgia aberta, ou seja, cirurgia com corte, como se fosse uma “mini cesariana”, com o surgimento da Laparoscopia, houve uma evolução da laqueadura que deixou de ser feita com corte convencional e passou a ser feita por vídeo cirurgia apenas com punções, no entanto, ainda é um procedimento cirúrgico com anestesia com riscos inclusive de sangramentos e infecções. “ Há pouco tempo, surgiu o ESSURE, que é a laqueadura sem cortes feita por via intra uterina, ou seja “por dentro” do útero”, explicou o médico Anatole Borges, que no ano passado, participou de uma capacitação em São Paulo, para poder realizar o procedimento em Teresina.

O médico explica que nessa técnica é feita uma espécie de “endoscopia” do útero com uma microcâmera e assim é possível ver a entrada das trompas e obstruí-las. “Trata-se de uma técnica que pode ser feita até mesmo sem anestesia, ou apenas com uma sedação. A paciente não tem nenhum tipo de corte, não tem pontos e vai para casa no mesmo dia e o mais importante: a mesma eficácia das outras técnicas”, frisou.

Anatole Borges ressalta ainda que por ser uma técnica menos invasiva, tem menos riscos para as pacientes e, portanto está indicada para mulheres com obesidade, hipertensão, diabetes, com problemas cardíacos, enfim, nas pacientes que têm maiores riscos para cirurgias convencionais.

O procedimento já é realizado em outras cidades do Brasil, ainda é desconhecido no Piauí e por isso tantas dúvidas em relação à técnica.  Para que seja feita a laqueadura, o médico precisa ter a confirmação de que a mulher não está grávida e realizar exames simples, como papanicolau e ultrassom transvaginal. Estando tudo certo, basta iniciar o procedimento, sem necessidade de jejum ou anestesia.

O método é feito via vaginal por meio da histeroscopia, onde um aparelho com uma câmera permite avaliar a cavidade uterina e a entrada das tubas. Por ele é introduzido um cateter com um dispositivo em forma de mola na ponta. Esse dispositivo será colocado dentro de cada uma das trompas.

Após o procedimento, durante os três meses seguintes, ao redor das molinhas, o corpo naturalmente forma um tecido cicatricial que termina de bloquear a passagem entre os ovários e o útero, caminho por onde passam os óvulos e espermatozóides.

Todo o processo demora em torno de 15 a 30 minutos, mas pode variar de acordo com as condições de cada paciente. Após três meses a paciente retorna ao consultório para realizar exames que comprovam a laqueadura. Não há restrição quanto à atividade física ou sexual mesmo após a realização do procedimento.

 

Da Redação redacao@cidadeverde.com 

Tags: laqueadura