Ele foi enterrado por volta das 15h depois de ter sido velado na Câmara Municipal, de onde saiu, sob aplausos e ao som de seu maior sucesso: ?Eu não sou cachorro, não?.
Pela manhã, fãs e amigos compareceram ao velório. Ao se despedir do amigo, a atriz Patrícia Pillar se emocionou diante do caixão e cumprimentou a família.
"Vou sentir saudades", desabafou a atriz, que produziu um documentário sobre o cantor, "Waldick, Sempre no Meu Coração". A despedida em vida aconteceu no último sábado (30), na casa do compositor."Estive lá, passamos a tarde juntos, nos divertimos, vimos televisão... No domingo ele foi internado", lembra ela.
Patrícia contou que era fã do cantor desde o tempo em que ele cantava no programa do Chacrinha e que, da produção do documentário, nasceu a amizade entre os dois.
"Foi uma relação que fui conquistando aos poucos. Ele era muito durão e foi amolecendo. Hoje me sinto como uma pessoa da família", contou. "Ele era um ídolo popular muito querido das pessoas. Elas se identificavam com o que ele dizia nas letras e com sua história de vida", resume Patrícia.
Waldick morreu na manhã de quinta-feira (4), depois de lutar por mais de dois anos contra um câncer na próstata.
Centenas de fãs já estiveram no velório para prestar a última homenagem ao cantor. Entre eles, o cantor e vereador Agnaldo Timóteo.
?Ele era uma lenda, pelo seu talento, elegância e seu jeito. Nós, cantores românticos, estamos virando uma espécie em extinção?, disse Agnaldo.
Padre tira foto em velório
Nem o padre que esteve no local para benzer o corpo do cantor se conteve na tietagem. Depois de dar à família uma medalha da Congregação dos Padres Sacramentinos, ele pediu para uma fã que batesse uma foto sua ao lado do caixão.
Uma das primeiras a chegar ao velório, ainda na quinta-feira (4), a dona-de-casa Maria Luiza Souza da Silva, de 72 anos, puxava coro de músicas do cantor, como a clássica ?Eu não sou cachorro não?.
Último desejo
A viúva Walda lamentou não ter conseguido satisfazer o último desejo de Waldick, que era oficializar a união de 38 anos. As alianças para o casamento chegaram a ser compradas há cerca de 15 dias.
"Ele era um homem que não se deixava abater. Mesmo há quatro meses de cama, estava sempre brincando, contando piadas e tentando levantar o astral da gente", disse Walda.
Saúde fez cantor se mudar para o Rio
A família conta ainda que por causa do seu estado de saúde, o cantor, que vivia em Fortaleza, veio para o Rio em abril.
Nascido em Caetité, no sertão da Bahia, Waldick tinha mais de 40 anos de carreira e entre os seus sucessos estão "Eu não sou cachorro, não" e "Tortura de amor". Antes de se tornar cantor, ele chegou a ser peão, motorista de caminhão e garimpeiro.
Fonte: G1