Vera Holtz: ‘Passei o rodo nos galãs de todas as gerações’

Vera Holtz conta levar “uma vida mais monástica” nestes últimos tempos para preservar sua energia para o set de “A lei do amor”. Magnólia, a vilã interpretada pela atriz na novela de Maria Adelaide Amaral e Vincent Villari, é um desses tipos que exigem fôlego. Desmascarada numa cena recente — ela mantinha um caso de mais de 20 anos com o próprio genro, Ciro (Thiago Lacerda) —, a megera levou um soco no rosto de Tião Bezerra (José Mayer) no mesmo capítulo. A fim de evitar seu declínio completo, Mag, como é chamada na história, se casará nos próximos capítulos com o empresário, que nutre uma obsessão por ela:

— Você acaba adotando o personagem, não tem jeito, eu também fico obcecada. Ela faz parte da minha vida.

Apesar de interpretar uma mulher que enganou, roubou e até matou, Vera conta que a primeira reação do público feminino ao falar da personagem é de inveja:

— Passei o rodo nos galãs de todas as gerações e isso ainda mexe com as mulheres. Mag começa a história casada com Tarcísio Meira, tem um caso com o Ciro. E ainda se envolve com o Tião de José Mayer — lista.

FAMA EM DEBATE

Além de ocupar o posto de malvada do horário nobre até março, quando a novela chega ao fim, Vera está em cartaz nos cinemas com a comédia “TOC — Transtornada obsessiva compulsiva”, com direção e roteiro de Paulinho Caruso e Teodoro Poppovic. Elogiada pela crítica por seu desempenho, a atriz interpreta Carol, empresária durona que trabalha com a celebridade Kika K. (Tatá Werneck):

— É uma comédia reflexiva. Você começa rindo, mas o filme te leva para um outro lugar. Fala do envolvimento das pessoas com o sucesso. Chega uma hora em que a personagem da Tatá Werneck está em todas as capas de revistas. Esse é um mercado muito complexo, em todos os sentidos.

Aos 64 anos, ela afirma ser de uma geração que não se deslumbrou com a fama.

— Sou do interior de São Paulo, meu ritmo é outro. Busquei uma carreira gradual e contínua — diz a paulista de Tatuí.

Atriz com papéis marcantes em novelas recentes como a Mãe Lucinda, de “Avenida Brasil” (2012), e Dona Redonda, do remake de “Saramandaia” (2013), Vera se tornou um fenômeno nas redes sociais com suas postagens de fotos conceituais e inusitadas.

— A primeira pessoa que ri daquilo sou eu — avisa.

Este ano, ela volta a atuar no teatro numa adaptação do livro “Os velhos também querem viver”, de Gonçalo M. Tavares. Em 16 de março, estreia no Centro Cultural dos Correios, no Rio, a peça “O olho de vidro”, em que divide a direção com Guilherme Leme e Flavia Pucci. Vai dirigir ainda o grupo Cia dos Atores num espetáculo do autor Jô Bilac. E quer escrever em festivais “As quatro irmãs”, documentário ficcional sobre sua família com direção de Evaldo Mocarzel.

Fonte:  O Globo