Falso explosivo achado na Piçarra é usado em sequestros de gerentes de banco

O delegado Anfrísio Castelo Branco, titular do 6º Distrito Policial, informou que o material encontrado no quintal de uma residência, semelhante a uma “bomba-relógio”, é usado em assaltos a banco conhecidos como “sapatinho”, quando o gerente é sequestrado para intimidar e apavorar as vítimas. O material foi achado na noite de ontem(12) na rua Honório Paiva, no bairro Piçarra, na zona Sul de Teresina. 

“A utilização mais comum desse material é no sequestro de gerentes de banco. É muito semelhante a explosivo, onde tem até um celular e uma luz piscando, mas não passa de um simulacro”, declarou o delegado. 

A constatação foi feita por uma equipe especializada em explosivos, do Batalhão de Operações Especais (Bope), que apesar da aparência e das características semelhantes a uma bomba-relógio, os especialistas não encontraram explosivos no objeto. 

De acordo com o comandante do Bope, tenente coronel James Sean, a equipe levou o material para um local seguro e utilizou uma contra-carga, ou seja, um artefato feito por eles para desativar o deixado na residência. 

“Como ele possuía uma fonte alimentadora, um gel que é uma substância pastosa e um temporizador, que são componentes que nos levam a crer que era um explosivo e assim ter um acionamento remoto, nossos explosivistas decidiram remover para um local seguro e fazer a contra-carga. Só assim percebemos que era um simulacro”, explicou coronel James Sean.

O delegado Anfrísio Castelo Branco aguardo o laudo final do Bope, que deve receber hoje à tarde, para encaminhar o material ao Instituto de Criminalística para passar por uma perícia. Ele está fazendo levantamento das imagens no local no sentido de identificar a pessoa que deixou o material na região. 

“Localizamos uma câmera, mas ela não estava filmando. Vamos ver outras alternativas e ouvir o proprietário da casa”, declarou o delegado. 

Alerta

Um vídeo feito pelos moradores da residência onde encontraram o artefato, mostra uma pessoa manuseando o objeto. O comandante do Bope alerta que mesmo se tratando de um simulacro, todos os cuidados devem ser tomados, já que as características eram semelhantes a uma bomba.   “Eles correram risco, porque existem várias formas de se acionar o explosivo e ao manusear poderia haver uma compressão ou descompressão e ainda tinha o acionamento remoto. Não podemos desconsiderar nenhum tipo de ameaça, por isso o recomendável é que não mexa, não remova, isole o local e chame a polícia”, recomenda o coronel James Sean.  

 

Caroline Oliveira e Yala Sena redacao@cidadeverde.com