Algodões: Governo atrasa pagamento e famílias ameaçam fechar BR

Foto: Divulgação/Arquivo

O Governo do Piauí atrasou mais uma vez o pagamento da indenização das famílias vítimas do rompimento da Barragem de Algodões, localizada no município de Cocal da Estação, 280 quilômetros ao norte de Teresina. Para chamar a atenção para o problema e alegando não ter a quem recorrer, as famílias ameaçam fechar a BR-343, que liga Teresina ao litoral do Estado, e virem a Teresina para fazer protesto em frente ao Palácio de Karnak. 

O pagamento é de responsabilidade da Secretaria Estadual de Assistência e Social e Cidadania (SASC) e de acordo com a Associação das Vítimas e Amigos da Barragem de Algodões (Avaba), a última parcela, -referente ao mês de março- que deveria ter sido paga no último dia 25, não foi paga até esta quarta-feira (4). O presidente da Associação, professor José Corsino, disse que a manifestação é a “última cartada” que as famílias estão tentando para que a parcela seja paga.

“Não temos data ainda, mas se não for feito o pagamento, nós vamos protestar”, disse acrescentando que o protesto não tem data marcada ainda. Corsino também afirmou que já houve atraso de parcela outras vezes.

“As famílias estão desesperadas, sem saber o que fazer, porque dependem quase que exclusivamente desse dinheiro e fazem seus compromissados confiados no governo”, diz ele.

Ainda de acordo com o Corsino, o atraso gera desobediência e pode resultar em processo de crime de improbidade administrativa e bloqueio das contas do Estado, além de multa de R$ 5 mil por dia ao gestor da SASC e ao governador.

O governo do Estado, através da assessoria de comunicação, informou que o pagamento está realmente atrasado, mas que será pago nos próximos dias.

Entenda o caso O rompimento da Barragem de Algodões ocorreu em maio de 2009, matando dez pessoas e destruindo casas, plantações e animais em Cocal e em Buriti dos Lopes. Após oito anos do ocorrido, - somente no ano passado - o pagamento começou a ser feito a 970 famílias, após acordo entre o Governo do Estado e a Abav, com a intermediação do Tribunal de Justiça.

O valor da indenização foi fixado em R$ 60 milhões, dividido em 30 parcelas de R$ 2 milhões, a serem pagas no dia 25 de cada mês. 

 

Lyza Freitas redacao@cidadeverde.com