Técnico da Arábia Saudita não vê mérito em goleada russa e culpa próprio time

ALEX SABINO MOSCOU, RÚSSIA (FOLHAPRESS)

O argentino naturalizado espanhol Juan Antonio Pizzi sorriu e agradeceu à pergunta. Era um sorriso de quem estava desconcertado. Após a estreia na Copa do Mundo em que a Arábia Saudita, dirigida por ele, foi goleada por 5 a 0 pela Rússia, o treinador teve de responder se espera continuar no cargo até o final do torneio. O que possivelmente vai durar mais duas partidas, contra Uruguai e Egito. A não ser que vença ambas, deverá ser eliminada.

"[A pergunta] É boa para o meu estado de ânimo. Tenho filosofia de trabalho e faço o melhor possível. Confio plenamente no que fizemos até agora e no que podem realizar os jogadores. Tenho certeza que vamos melhorar para a próxima partida", disse o técnico que assumiu a Arábia Saudita após não conseguir classificar o Chile para a Copa do Mundo.

A questão não foi colocada por acaso. Em 1998 o brasileiro Carlos Alberto Parreira foi demitido pelos dirigentes do país durante a fase de grupos. Ele caiu após derrotas para Dinamarca e França. Não comandou a seleção diante da África do Sul.

O ar de Pizzi era de abatimento. Talvez por não esperar que a capitulação fosse tão completa. Ele usou a palavra "vergonha" para descrever o desempenho árabe no estádio Lujniki, em Moscou. Repetiu três que vezes que a Rússia não teve tanto mérito assim no resultado. O problema foi o desempenho dos sauditas.

"Eles tiveram de se esforçar muito pouco para conseguir a vantagem. O resultado teve muito mais a ver com o nosso fraco rendimento. Não posso tomar como referência esta partida. Não estivemos nem perto do que pretendemos", lamentou.

Na próxima rodada, a Arábia Saudita enfrenta o Uruguai, no dia 20, às 12 horas (de Brasília), em Rostov.