Conheça caminhos para sair da posição de vítima e apaziguar o coração

Uma das principais causas da dor emocional é a decepção. Talvez seja uma das dores mais intensas, porque ela deriva das expectativas que depositamos em pessoas nas quais confiamos, de quem gostamos e de quem esperamos lealdade, fidelidade e um tratamento justo. A decepção pode levar a um estado de inconformismo tão grande que o indivíduo pode passar anos da sua vida obcecado em encontrar razões pelas quais foi traído em seus sentimentos mais sinceros. Quer a qualquer custo entender por que alguém em quem depositava tanta confiança acabou agindo de maneira a destruir, a macular todo o bom sentimento que o ofendido lhe tinha. E toda uma história de bem-querer fica comprometida, dando lugar a um sentimento grave de injustiça. É como se algo morresse dentro de si.

O QUE FAZER QUANDO A DECEPÇÃO ACONTECE? Deixar-se levar pelas dores que acompanham esse sentimento acaba gerando mais dor. Todas as atitudes que tomamos no calor de uma emoção contundente geralmente desemboca em arrependimento. Quem fica mergulhado na raiva ou na mágoa está transformando a dor em sofrimento. Quem deixa a revolta dizer que o outro ?merece? experimentar a mesma dor que causou, pode se deixar levar por uma atitude de vingança e não se dá conta de que acaba se igualando ao seu agressor. 

É bom percorrermos o caminho que nós trilhamos naquela relação – seja ela pessoal ou de trabalho – para avaliarmos o que, em nossas atitudes, pode ter provocado a atitude do outro.

Como diante de um episódio que causa decepção ficamos tomados por mil perguntas sem respostas e por vários sentimentos desencontrados, o melhor é não fazermos absolutamente nada até que o primeiro impacto seja absorvido. Mais calmos, podemos começar por olhar para nós mesmos, tirando o foco da pessoa que nos decepcionou. É bom percorrermos o caminho que nós trilhamos naquela relação – seja ela pessoal ou de trabalho – para avaliarmos o que, em nossas atitudes, pode ter provocado a atitude do outro.

Fazendo uma autocrítica, não escolhemos ficar na posição de vítima passiva e, ao mesmo tempo, podemos nos certificar de que não absorveremos uma culpa que não nos cabe. É importante tentar tomar um distanciamento dos fatos, analisar a real importância que os envolvidos têm em sua vida, verificar se as suas angústias em mostrar que está sendo vítima de uma injustiça não passam pelo fato de querer preservar a imagem que você tem de si mesmo. Ao fazer isso honestamente, fica mais fácil decidir qual caminho tomar. Não tenha pressa – uma reflexão demorada é mais saudável que uma atitude impensada.

 

Fonte: Personare