Major acusado de tortura diz: "Acredito na justiça de Deus"

Em Teresina na tarde desta terça-feira (2), o comandante do 4º Batalhão da Polícia Militar do Piauí em Picos, Major Wagner Tôrres, concedeu entrevista ao Cidadeverde.com. Ele voltou a negar que tenha ocorrido tortura de presos no quartel da PM e disse crê na "Justiça Divina". Esquivando-se de comentar o assunto, o militar se resumiu a dizer que irá responder tudo na hora certa.   "Eu acredito é na Justiça de Deus e meu advogado é Jesus", declarou o major, sentado na ante-sala do comandante geral da PM. No entanto, ele negou que tenha vindo a Teresina para conversar com o coronel Francisco Prado, e sua passagem pela capital se deu por uma visita a sua mãe.     Sobre as acusações de tortura de presos no início de outubro, Tôrres é veemente ao negar tudo. Ele declarou que só irá falar na hora certa, e agora não é o momento para sua defesa. Ele disse ter ciência dos pedidos de prisão e afastamento do cargo, mas preferiu não falar mais a respeito do caso. O major até brincou com a quantidade de recursos, dizendo que os promotores recorreram em Brasília, Veneza (Itália) e "esse caso vai encerrar na lua".   "Tem momento certo para se manifestar e agora não é o momento. Não acredito que a Justiça vai condenar uma pessoa inocente. Nunca existiu tortura em Picos. Os exames de corpo de delito constataram lesão corporal, que pode ter acontecido por vários motivos", afirmou o major, comparando sua história a da luta do gigante Golias contra o pequeno Davi.   A respeito do Conselho Comunitário de Segurança, denunciado como ilegal pelo Ministério Público, o major defendeu a legalidade da associação, e afirmou que a mesma não tem nada a ver com a polícia.   Tôrres está há cinco meses em Picos. Aos 40 anos, 21 deles dedicados à PM, ele conta hoje com os serviços do advogado Nazareno Thé na sua defesa. Resistente em conversar com a reportagem, o militar não permitiu que fossem feitas fotografias suas. Ao ser perguntado se entrará com ação contra os promotores e outros que o acusam, ele disse que perdoa todos e não irá reagir.   Yala Sena (flash do QCG)Fábio Lima (da Redação)redacao@cidadeverde.com
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