Na primeira entrevista depois de sua posse, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) afirmou que cogita a reforma da Previdência com idade mínima de 62 anos para homens e 57 para mulheres, de maneira gradativa. O presidente falou a jornalistas do SBT e foi transmitida pelo Jornal do SBT.
"Ao botar a reforma da Previdência em um plano, pretendemos dar um corte até 2022. A ideia seria aumentar para 62 [a idade para] os homens e 57 para as mulheres, mas não de uma vez só. [Aumentaria] um ano a partir da promulgação e outro ano a partir de 2022. E o futuro presidente, em 2023, reavaliaria a situação para passar para 63/64", afirmou.
De acordo com o presidente, seu governo irá aproveitar a reforma que está na Câmara e começou com Michel Temer. Ele não desconsiderou, porém, a possibilidade de algumas mudanças.
"A boa reforma é aquela que passa na Câmara e no Senado, e não a que está na minha cabeça ou na da equipe econômica", afirmou.
Sobre a proposta de a idade mínima para se aposentar aumentar para 65 anos, Bolsonaro disse que não quer fazer maldade com o povo.
"A oposição vai dizer à população que fizemos uma tremenda maldade. A expectativa de vida no Piau í é 69 anos, então isso daí [aposentadoria com 65 anos] pode ficar meio pesado para algumas profissões", disse.
Ele afirmou que a previdência pública é a que mais pesa no orçamento público. O presidente não negou a ideia proposta pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, de uma idade mínima maior para os servidores públicos do que para os trabalhadores da iniciativa privada.
"Como regra, tirando o segurança, a maioria dos servidores não trabalha em risco", afirmou.
O presidente ainda defendeu o fim da Justiça do Trabalho.
“Qual país que tem [Justiça do Trabalho]? Já temos a Justiça normal”, afirmou.
Foto: reprodução SBT
De acordo com o presidente, o país tem mais ações trabalhistas que todo o mundo. Ele voltou a dizer que há no Brasil um excesso de proteção ao trabalhador. Também comparou a relação entre patrão e empregado ao casamento: “É como um casal, se tem excesso de ciúmes não dá certo”.
O presidente afirmou que não irá acabar com o Consolidação de Leis Trabalhistas (CLT), mas que, assim como foi feito com a reforma trabalhista, irá atuar para flexibilizar os contratos de trabalho. Ele disse que no país há “muitos direitos e pouco emprego”.
“Quando eu disse que era difícil ser patrão no Brasil, os sindicatos disseram que difícil é ser empregado. A eles, eu responderia que mais difícil é ser desempregado”, afirmou.
Bolsonaro voltou a comparar o Brasil com os Estados Unidos em relação às leis trabalhistas. “Olha lá nos EUA, eles não têm direito do trabalho e têm emprego”, disse.
Fonte: Folhapress