"Não podemos ter essa guinada tão violenta à ignorância", diz Jô Soares

Fotos: Reprodução/instagram/@josoaresfcoficial

Numa cerimônia pulverizada, o Prêmio Shell de Teatro de São Paulo realizou a entrega da 31ª edição do troféu na noite desta terça (19).

Zé Henrique de Paula venceu na categoria melhor edição por "Um Panorama Visto da Ponte", e Marcos Damaceno o de melhor dramaturgia por "Homem ao Vento". Já os prêmios de melhor atuação ficaram para Gilberto Gawronski ("A Ira de Narciso") e Cris Couto ("A Milionária").

Os discursos foram pautados pelos recentes ataques às artes e os cortes na cultura. Homenageado da noite, Jô Soares lembrou uma fala de Millôr Fernandes: "Um país só progride com cultura e tecnologia de ponta. Atualmente a única cultura que nós temos é a cultura de vírus. O governo tem que cuidar do país e, para investir no país, tem que investir em cultura e tecnologia de ponta", disse.

"Não estou aqui para defender nenhum político brasileiro, mas para defender o Brasil. Não podemos ter essa guinada tão violenta à ignorância."

Jorge Farjalla, que venceu na categoria figurinha por "Senhora dos Afogados", disse que "estamos vivendo um momento tão prolixo na cultura, temos que resistir".

"Talvez a gente tenha que deixar claro que a gente movimenta a economia, a gente faz", afirmou Domingos Quintilhiano ao levar o troféu de melhor iluminação por "Casa de Bonecas - Parte 2".

  VEJA OS PREMIADOS:

DRAMATURGIA Marcos Damaceno por "Homem ao Vento" DIREÇÃO Zé Henrique de Paula por "Um Panorama Visto da Ponte" ATOR Gilberto Gawronsky por "A Ira de Narciso" ATRIZ Chris Couto por "A Milionária" CENÁRIO Marisa Bentivegna, Estúdio BijaRi e Guazzelli por "Os 3 Mundos" FIGURINO Jorge Farjalla e Ana Castilho por "Senhora dos Afogados" ILUMINAÇÃO Domingos Quintiliano por "Casa de Bonecas - Parte 2" MÚSICA Babaya Morais e Marco França por "Estado de Sítio" INOVAÇÃO Cia Paideia de teatro pela relevância de seu trabalho na formação de plateia com intercâmbios nacionais e internacionais 

 

Fonte: Folha Press