A Maternidade Dona Evangelina Rosa (MDER) adotou um plano de melhoria para o controle de infecção hospital e conseguiu alcançar níveis elevados junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A direção comemora o feito e trabalhou dentro das orientações dadas pela Agência Nacional. Em menos de um ano, a unidade já atende mais de 90% dos 160 pontos de melhorias.
Referência no atendimento em obstetrícia e neonatologia em uma estrutura provisória que dura mais de 40 anos, a MDER tem reforçado seus protocolos de saúde e investido em reformas e equipamentos, o que recuperou o padrão de certificação junto à Anvisa.
Segundo o diretor-geral da maternidade, o médico Francisco Macêdo, em 2019 a maternidade passou de baixa para uma alta conformidade sanitária.
“Nós nos debruçamos sobre o documento da Divisão de Vigilância Sanitária em que foi elencado o que não estava conforme. Na primeira visita da Anvisa, nós tínhamos 26% de conformidade, nesta segunda visita nós saímos de 26 para 90% de conformidade”, avalia.
A previsão, de acordo com o gestor, é que a aprovação aumente com a entrega de obras que estão em andamento no complexo da maternidade.
“A primeira etapa da reforma da ala 'D' será concluída este mês de outubro e em seguida vamos passar para a reforma na UTI Neonatal, UTI materna e agência transfusional. Será uma reforma de uma ala toda”, explicou.
Atendendo a centenas de mães e recém-nascidos, a reforma é feita por alas para que o atendimento não seja interrompido. As obras devem aumentar ainda o número de leitos nas unidades de cuidados intermediários que devem dobrar de 15 para 30 vagas.
O plano de melhorias da MDER contou ainda com uma parceria com o hospital gaúcho Moinhos de Vento, referência nacional em saúde.
Monitoramento de infecçõesPara reforçar o controle sanitário, a MDER conta também com uma comissão específica para monitoramento de infecções.
Membro da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH), órgão que assessora a Vigilância Sanitária dentro da maternidade, a enfermeira Nayanna Oliveira, explica que o monitoramento de infecções na unidade é permanente.
Na maioria dos casos de bebês com prematuridade e baixo peso, é necessária a utilização de procedimentos para alimentação nutricional e respiração como sondas e cateteres. Nesse momento, o cuidado dos profissionais é redobrado em relação à higiene e aos protocolos de saúde.
“São muitos procedimentos invasivos para garantir que esse bebê consiga sair da unidade intensiva e tenha uma qualidade de vida. Tentamos intervir da melhor maneira possível com condutas baseadas em protocolos para evitar o quadro infeccioso do paciente ou minimizar riscos de infecção”, conta a enfermeira Paula Lima.
A Comissão de Controle de Infecção Hospitalar trabalha diariamente no acompanhamento de mães e bebês em toda a maternidade. “Monitoramos nas unidades críticas, paciente por paciente, e acompanhamos também pelo posto para saber quem está usando antibiótico, tudo isso feito por uma equipe multiprofissional”, ressalta Nayanna Oliveira.
EsterilizaçãoNo início de janeiro, a maternidade ganhou uma Nova Central de Esterilização. A ala conta com três autoclaves que esterelizam diariamente centenas de equipamentos e materiais usados por pacientes da MDER. Os maquinários garantem a esterilização rápida e segura dos objetos.
ObrasUm dos déficits apontados pela Divisa diz respeito a exigências estruturais da unidade que serão contemplados com a construção das novas UTIs. Entre os itens apontados pela Vigilância Sanitária está a existência de salas para material de limpeza e de expurgo. “Nas obras da nova UTI Neo Materna estão sendo contemplados os itens ainda não atendidos como a construção de salas para materiais de limpeza e materiais de expurgo”, explica a enfermeira Nayanna Oliveira.
Outras reformas já foram concluídas como na ala 'C', na Unidade Canguru e no Setor de Admissão, porta de entrada da maternidade para muitas mães que vêm do interior. As reformas nos banheiros institucionais também estão contempladas no plano de obras.
SuperaçãoNas paredes próximas à UTI Neonatal da maternidade, molduras guardam a história de dezenas de crianças que nasceram prematuras e com baixo peso e que venceram as adversidades com o apoio de profissionais do serviço público de saúde.
Óbitos MaternosSegundo o Comissão de Controle de Infecção Hospitalar, em 2019 nenhum óbito materno foi causado por infecção adquirida na maternidade.
Valmir Macêdo valmirmacedo@cidadeverde.com