Governador defende ressocialização e critica discurso do “bandido bom é bandido morto”

O governador Wellington Dias (PT) participou da inauguração do Central Integrada de Alternativas Penais (Ciap) do Estado do Piauí, no Fórum Cível e Criminal de Teresina. Durante entrevista, ele destacou a importância dos programas de ressocialização para reduzir a população carcerária do Piauí.

Wellington Dias fez críticas ao discurso de que “bandido bom é bandido morto”. E afirma que a sociedade se engana ao pensar que a prisão resolve o problema da criminalidade no país. 

“Temos uma decisão a tomar. Uma primeira constatação que disse aqui é que vivemos no Brasil provavelmente a maior e mais longa guerra civil. Às vezes nem percebemos isso. Se olhar que 61 mil pessoas são mortas a bala, paulada, facada, ou seja, de morte violenta. Percebemos o tamanho da guerra civil. É mais homicídios e mortes maiores do que na Faixa de Gaza, na Turquia e regiões que declaram guerras. Não há uma guerra declarada. A solução que a população aponta é mandar prender todo mundo, de preferência matar e não soltar mais.  Esse não é um pensamento humano e cristão. Não é um pensamento de quem se importante com o outro. A sociedade também tem culpa”, afirmou. 

Para Wellington Dias, a inauguração da ampliação da Ciap mostra uma sintonia de discursos entre o Poder Judiciário e o Estado.

“Inauguramos uma área que vai centralizar o mais importante instrumento para sairmos desse caminho. O Piauí vive uma sintonia entre Poder Executivo e Poder Judiciário e tudo que faz esse sistema. Era para estarem no sistema prisional do Piauí mais ou menos 8. 300 pessoas. Temos 5. 100. Desses 5.100 temos 400 com tornozeleira eletrônica e cai para 4.700 pessoas. É um passo importante. Grande parte dessas pessoas estão estudando e trabalhando. Se reencontrando com a vida. Com a operação de crédito vamos dar passos importantes reorganizando e modernizando nosso sistema. Vamos evitar que as pessoas entrem no crime, mas se entrar no crime, possa sair melhor do que entrou e não o contrário como ainda ocorrer”, destacou. 

De acordo com a coordenador do Ciap, Geracina Olímpio de Melo, o Piauí fortalece as políticas de ressocialização.

“Haverá o fortalecimento da política de alternativa penais que já existem no Piauí. Atendemos cerca de 3 mil pessoas e o objetivo é reduzir a população carcerária para que essas pessoas possam ser inseridas na sociedade. Trabalhamos pela ressocialização. Nosso trabalho é de prevenção da criminalidade. Antes tínhamos três salas. Hoje são noves. Isso também passa pela conscientização dos juízes sobre as penas alternativas”, explicou. 

Lídia Brito lidiabrito@cidadeverde.com