Em várias oportunidades, analistas do futebol afirmam, principalmente em clássicos valendo títulos, que “o jogo vai ser decidido nos detalhes”. E aí, aconteça o que acontecer, “foi nos detalhes”. Dizem os dicionários da língua portuguesa que o significado de detalhe é “um pormenor, particularidade, minúcia, alguma coisa à qual não se dá importância”.
Foto - Cesar Greco - Agência Palmeiras
Pois o tal detalhe aconteceu na final da Copa Libertadores da América no Maracanã. Palmeiras e Santos estavam claramente praticando um futebol muito defensivo.
Nenhum dos dois queria arriscar tanto, abrindo o sistema de defesa. Era como “esperar a hora certa para definir”. Alguns ataques de lado a lado, pouca participação dos goleiros.
O jogo estava caminhando para os 50 minutos do segundo tempo quando o técnico Cuca e o lateral palmeirense Marcos Rocha se envolveram na disputa de uma bola fora de campo.
O objetivo do técnico era retardar a cobrança do lateral. Marcos Rocha queria pressa. Aí tivemos a confusão e no bolo de jogadores o árbitro expulsou Cuca e aplicou cartões amarelos para Soteldo e Marcos Rocha. Estava chegando a prorrogação
Reiniciada a partida, uma bola foi esticada da linha média do Palmeiras para Rony que avançava pela direita. Bola levantada na área santista e Breno Lopes, por trás de Pará (o jogador mais baixo da defesa do Santos) subiu e de cabeça marcou um belo gol aos 53 minutos.
Na área do Santos estavam 3 defensores e pelo lado palmeirense Luiz Adriano e Breno Lopes, meio-campo que havia entrado há poucos minutos no lugar de Gabriel Menino.
Como o jogo estava terminando no seu tempo regulamentar , seria normal que o Santos (atacado) tivesse a sua área muito bem protegida e o Palmeiras atacando com 4, 5, 6 jogadores na tentativa de decidir a parada no minuto final. Nada disso aconteceu.
É só olhar na imagem do jogo para constatar que entre o meio do campo e a área do Santos havia um imenso espaço sem jogadores. Falha gigante de posicionamento, de marcação. E assim foi decidida a Libertadores da América de 2020. Foi mesmo nos detalhes.
Lembramos que a decisão de 2019 também aconteceu nos acréscimos. Em Lima, no Peru, o Flamengo perdia para o River Plate por 1 x 0. Empatou aos 43 minutos e virou aos 46, com dois gols de Gabigol. O título ficou com o rubro-negro.
Dídimo de Castro didimodecastro@cidadeverde.com