Delegado Baretta detalha crime e destaca crueldade na morte dos dois jovens

 

Em entrevista ao Cidadeverde.com na manhã desta quarta-feira (09), o coordenador do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), delegado Francisco Baretta destacou a crueldade no assassinato dos adolescentes Luian Ribeiro de Oliveira, 16 anos, e Anael Natan Colins, 17 anos. 

Ontem (08) foram presos o empresário João Paulo Carvalho e os  advogados Francisco das Chagas Sousa e Guilherme de Carvalho Sousa suspeitos de torturar e matar os jovens que adentraram no sítio de Francisco das Chagas para acessarem uma festa ao lado. Os três vão responder por crimes de cárcere privado, tortura, duplo homicídio e fraude processual. 

“O que chama atenção é a crueldade, um sujeito tirar a vida de dois adolescentes, e aqui eu não estou dizendo que eles não erraram, porque eles queriam adentrar a festa e acessaram ao muro quando foram surpreendidos pelos cachorros da casa, mas vamos supor que esses rapazes tivessem uma atitude legal e tivesse sido ofendidos dentro da propriedade, agora bater, torturar, como tinha um deles com o braço quebrado, e depois levar para um certo local e lá matar, executar, isso não pode ser aceito de maneira nenhuma, esses indivíduos tem que ser punidos na forma da lei porque senão, isso é um incentivo a violência e a criminalidade”, conta Francsco Baretta. 

De acordo com o coordenador do DHPP, a polícia investiga também se houve a participação direta ou indireta do cunhado de João Paulo. No sítio do advogado Francisco das Chagas, o cunhado teria sido a primeira pessoa à chegar, antes do empresário. 

“O delegado está analisando de acordo com os autos se vai realmente tem participação dele direta e indiretamente na morte dos rapazes. Ele foi o primeiro a chegar porque ele mora nas proximidades e recebeu um telefonema da esposa do Francisco das Chagas dizendo que tinha suspeita que tinha ladrão dentro de casa, depois chegou o João Paulo e ele alega que não foi até perto dos rapazes, que eles estavam dominados perto do quintal, no escuro e ele não viu, mas que estava lá o Francisco, o Guilherme o João Paulo”, informa Baretta.

Segundo Baretta, o cunhado não foi por vontade própria porque sabia que a polícia poderia expedir um mandado de prisão preventiva.

“Ele veio aqui com o advogado e prestar um depoimento complementar onde ele esclarece alguns fatos que chegam à verossimilhança da dinâmica do crime, mas ele não veio por livre espontânea vontade, ele veio porque sabia que a polícia chegaria a ele e ele seria preso do mesmo jeito dos outros”, explica o coordenador do DHPP.

Foto: Renato Andrade/Cidadeverde.com

Entenda o caso

Os dois jovens haviam desaparecido após uma festa, realizada no dia 12 de novembro de 2021 em um sítio próximo à Ladeira do Uruguai, na zona Leste de Teresina. Depois de dois dias de buscas, os corpos dos adolescentes foram encontrados em um matagal às margens da PI-112, rodovia que liga a capital ao município de União. 

O Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHHP) chegou a levantar a hipótese de que Luian e Anael haviam sido mortos após uma briga de trânsito na madrugada em que foram assassinados, mas também afirmava que nenhuma outra linha de investigação seria desconsiderada pela polícia.

Rebeca Lima redacao@cidadeverde.com