Servidores do HU fazem greve por defasagem salarial e param 100% do ambulatório

 

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Servidores do Hospital Universitário (HU) da Universidade Federal do Piauí iniciaram uma greve por tempo indeterminado devido à falta de reajuste salarial. Por conta do movimento, o ambulatório ficou 100% parado e sem atendimento de consultas e exames. 

O Cidadeverde.com conversou com Francisco Santana, representante dos empregados da Ebserh (Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares), e alegou que os trabalhadores estão há quase quatro anos sem reajuste. 

“Falta negociação da empresa. Estamos indo para o quarto ano sem reajuste. Aguentamos na pandemia, mas não dá mais. A empresa quer mudar a base de cálculo da insalubridade para um salário mínimo e não mais sobre o vencimento. ”, lamentou Francisco Santana. 

Ao todo, cerca de 700 dos 1.280 profissionais da área administrativa e assistencial estão parados na greve que teve início no dia 20 de setembro. 

O presidente do Senatepi (Sindicato dos Enfermeiros, Auxiliares e Técnicos em Enfermagem do Estado do Piauí), Erick Ricelli, informou que a recomendação é que alguns setores funcionem com até 60% dos funcionários. Os servidores são ligados à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh). 

“Alguns setores não têm pacientes internados ou não têm necessidade de ter esse pessoal trabalhando. Por conta disso, alguns setores estão parados em sua totalidade”, relatou Erick Ricelli. 

A greve envolve grupos do setor administrativo e da área assistencial, que envolve enfermagem, fisioterapia, médicos, entre outros. 

“Desde 2019 estamos sem reajuste. De todas as propostas que a Ebserh apresenta todas são com zero por cento de reajuste. Ela alega que só dará reajuste se os profissionais perderem a insalubridade em cima do vencimento e terem uma parcela fixa. Não aceitamos. Ninguém negocia para perder”, destacou Erick Ricelli. 

O que diz a Ebserh

Por meio de nota, a Ebserh nacional informou que uma decisão do Tribunal Superior do Trabalho (TST) determinou o percentual mínimo de trabalhadores de 50% na área administrativa e 60% na área assistencial e médica. 

Nota de esclarecimento 

A Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) informa aos empregados que a relatora do dissídio coletivo no Tribunal Superior do Trabalho (TST),ministra Delaíde Alves Miranda Arantes, determinou o percentual mínimo de manutenção de trabalhadores, em seus respectivos locais de trabalho, na base de 50% (cinquenta por cento) em cada área administrativa e de 60% (sessenta por cento) para cada área médica e assistencial, sob pena de multa diária de R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais), em caso de descumprimento.

É importante acrescentar que, com o início das manifestações, fica ainda mais clara a vontade dos empregados, semelhante à da Ebserh, em uma resolução rápida para o Acordo Coletivo de Trabalho (ACT). Diante do impasse nas negociações, a Ebserh peticionou no dia 10 de agosto, no próprio TST, pedido para análise dos ACT’s em curso, requerendo o julgamento imediato do dissídio coletivo, inclusive quanto aos ACTs em aberto.

O próprio TST sinalizou, em decisão proferida nessa terça-feira (20), que o processo já está se encaminhando para julgamento do mérito. Para que isso ocorra, basta que as entidades sindicais peticionem nos autos do dissídio coletivo concordando com o julgamento imediato pelo TST, inclusive com relação às cláusulas sociais e econômicas do ACT.

 

Nataniel Lima redacao@cidad