PF erra endereço em operação e três famílias denunciam caso

Um dia após a Operação Lanterna, realizada na madrugada de ontem (30) pela Polícia Federal, moradores das ruas 10 e 11 do bairro Vila Maria denunciaram ao Cidadeverde.com alguns abusos cometidos durante a ação. Os policiais teriam errado o endereço e entrado atirando na casa de três famílias para cumprir o mandado de prisão expedito pelo juiz Josenilton Silva Barros, da 5ª vara de Timom, contra Adriano Pereira Castro.  

Segundo Ribamar Junior, os policiais aterrorizaram os moradores desde as 5h da madrugada. Uma das pessoas vítimas da ação foi seu irmão, que não quis divulgar o nome. Depois de pular o muro, arrebentar a porta e atirar no cachorro eles teriam agido de forma violenta com os moradores da casa. "Mandaram minha cunhada deitar no chão, apontaram o revólver para meu irmão e pisaram no pescoço dele. Quando foram conferir o nome que constava no mandado de prisão, viram que não era o mesmo. Pediram desculpas e saíram", conta Ribamar.  

Outra moradora da rua, uma mulher que preferiu não se identificar, também se queixou da PF. "Meu filho está em Pânico, nem foi assistir aula hoje porque está com vergonha dos colegas", conta a mãe. Na casa dela, os policiais atiraram na parede e chamaram o chaveiro para abrir a porta, pois seu esposo se recusou a deixá-los entrar sem a presença do advogado. "Eles chamavam meu marido de vagabundo, bandido e diziam para não virar as costas senão eles atiravam", declara a mulher questionando que serviço de inteligência é esse que não averiguou o endereço correto e falhou dessa forma. O terceiro equívoco da PF foi a um militar. O 2º tenente do Corpo de Bombeiros, Gilson Lopes da Silva. Ele teria se identificado, mas os policiais continuaram as buscas na sua casa, onde ele estava com a esposa e a filha de 15 anos.  

  A advogada da Associação do Corpo de Bombeiros, Socorro Souza,  informou ao Cidadeverde.com que irá entrar com representação na corregedoria da Polícia Federal. "Vamos exigir indenização por danos morais e responsabilidade penal e administrativa das autoridades que cumpriram o mandado de forma equivocada", afirma. O delegado Alexandre Uchôa lavrou um termo atestando que não foi encontrado nada que pudesse comprometer o 2º Tenente Gilson Lopes da Silva. Também foi feito boletim de ocorrência no 11º Distrito Policial.  

O Cidadeverde.com entrou em contato com o chefe de comunicação da Polícia Federal do Piauí José Carlos Fontenele. Ele afirmou que está "surpreso" com essa denúncia. "A Polícia Federal não tem nenhum conhecimento de fato dessa natureza e não recebeu qualquer denúncia contra a ação dos policiais. A operação ocorreu dentro da normalidade, tirando de circulação 13 bandidos perigosos para a sociedade", disse Fontenele.

Nayara Felizardo(Especial para o Cidadeverde.com)redacao@cidadeverde.com

 

 

 

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