Delegada da Mulher diz que cresce o crime de "revenge porn" e alerta sobre relação abusiva

Foto: Renato Andrade/Cidadeverde.com

 

Por Yala Sena 

Os primeiros sinais que a mulher não deve tolerar em um relacionamento é ser tratada com ignorância, menosprezo à sua opinião e veto a qualquer tipo de roupa. Na véspera do Dia dos Namorados, a delegada Valéria Cunha, da Delegacia da Mulher Centro, faz um alerta sobre relação abusiva, alguns comportamentos condenados e diz que tem crescido os casos de vazamento de vídeos e fotos intimas como forma de vingança.  

A divulgação de fotos ou vídeos íntimos sem o consentimento configura crime conhecido como "pornografia de vingança" ou "revenge porn" e pode causar danos psicológicos graves.

“O homem abusivo já dar os primeiros sinais antes da agressão física. É aquele homem que lhe trata com rispidez, com ignorância, manda você calar a boca, manda você falar baixo, desdenha de sua inteligência, reclama de sua roupa. Ele fala: ‘ah! essa roupa não está adequada, vai trocar’. Muitas vezes ele vai falar num tom de brincadeira, mas não é brincadeira, são os primeiros sinais que ele vai ser uma pessoa abusiva”, disse a delegada. 

Valéria Cunha recomenda que a mulher não deve seguir em um relacionamento abusivo e que, dos casos que chegaram à delegacia nenhuma mulher conseguiu educar os parceiros.

“Muitas delas chegam com essa atitude de torná-los melhores, mas não tem nenhum caso na delegacia que tenha conseguido. O homem quando é abusivo, é abusivo e pronto”, disse a delegada. 

“Quando tiver nesse início de abusos, tem que dar fim ao relacionamento, porque ele já dar a entender que vai ser um homem abusivo durante todo o relacionamento. Se ela não der um fim, a tendência é só crescer o ciclo de violência. Depois disso, ele vai partir para a injúria, xingamentos, depois vai para as ameaças, lesão corporal até o feminicídio”, disse a delegada. 

As principais demandas na Delegacia da Mulher são ameaças quando ela decide pôr fim ao relacionamento. Valéria Cunha informou que as medidas protetivas têm ajudado no combate à violência. 

 

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Vazamento de vídeos íntimos

A delegada fez um apelo para que as mulheres evitem gravar vídeos íntimos. Ela reconhece que é um assunto delicado, já que a mulher é dona do próprio corpo. 

“Se eu puder dar um conselho é que a mulher evite essas fotografias, esses vídeos, principalmente no início do relacionamento, onde ela não sabe o perfil completo da pessoa que está com ela”, disse a delegada.

O impacto psicológico de uma vítima que teve um vídeo ou fotografia íntima vazada é enorme, podendo levar a um quadro de depressão, ansiedade e morte.  

“Todos os casos que já vi, quando há divulgação de vídeo íntimos há uma destruição do psicológico da mulher por completo, de muitas chegarem a tentarem o suicídio”, disse a delegada. 

Violência à mulher é inaceitável, veja as instituições que deve procurar: 

As delegacias da Mulher, whatsApp Ei! Mermã  0800 000 1673, Central de Flagrantes, as casas de apoio a mulher, Defensoria e Ministério Público.