Nego Di doou R$ 100 ao invés de R$ 1 milhão para campanha no RS, diz investigação

Foto: Rogério Fidalgo / AgNews

O influencer Dilson Alves da Silva Neto, conhecido como Nego Di, teria mentido sobre a doação feita ao estado do Rio Grande do Sul durante as enchentes deste ano. O Ministério Público descobriu que o influenciador doou apenas R$ 100 para as vítimas das enchentes, e não R$ 1 milhão, como o humorista divulgou nas redes sociais.

Na postagem, o influenciador alegava ter feito um PIX do valor para uma vaquinha. "Galera, gostaria de compartilhar com vocês uma decisão que a gente tomou aqui em casa hoje, minha patroa e eu fizemos uma escolha que não foi fácil, confesso para vocês, mas a gente fez essa escolha. Decidi doar para o Rio Grande do Sul. Mandei R$ 1 milhão para a vaquinha do meu parceiro Badin”, disse Nego Di.

Durante as investigações que levaram o influencer à prisão pela suspeita de estelionato, a conta bancária de Nego Di teve o sigilo quebrado pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul, revelando a fraude da doação.

O influenciador Eduardo Gustavo Christ, conhecido como Badin, que organizou a vaquinha, agradeceu a doação na época. Neste sábado (20), ele se pronunciou nas redes sociais. "Teve um dia que ele me chamou e disse: 'Cara, eu quero doar um milhão de reais pra vaquinha.' E aí ele disse assim: 'Ó, um pessoal vai fazer essa doação direto para a vaquinha que era onde entravam as doações... e a doação vai ser num valor total de um milhão de reais, mas ela vai entrar em partes. Faz como tu achar melhor...' E aí ele me mandou aquele comprovante lá e eu postei e agradeci."

As autoridades apontam que a doação milionária de Nego Di foi uma farsa. "Confirmado junto ao MP que o comprovante é fraudulento e que, na verdade, o depósito teria sido de cem reais e que o valor de R$ 1 milhão, que parece que existe este recurso, teria ido para outra conta”, diz o Chefe de Polícia Fernando Sodré.

O SBT Brasil entrou em contato com a defesa de Nego Di, porém a advogada optou por não se manifestar sobre o assunto. Além dessa polêmica, o humorista é alvo de pelo menos outras duas investigações sobre lavagem de dinheiro, referente à venda de rifas online e estelionato, motivo pelo qual ele foi preso no último domingo. A suspeita é que tenha aplicado golpes em pelo menos 370 pessoas.

A loja virtual funcionou por quatro meses em 2022, período em que o negócio movimentou mais de R$ 5 milhões. O sócio, Anderson Bonetti, segue foragido.

O motorista Fábio Santos foi uma das vítimas do influenciador. Ele teve um prejuízo de R$ 11 mil. "Fiquei uns dois meses e meio ainda acreditando na história, mas nunca chegou. Só de ver ele preso e pagar pelo que ele fez com as pessoas, não só eu como várias outras pessoas, é um alívio muito grande para mim. Mesmo até que eu não receba, mas ver ele preso e a justiça sendo feita é um alívio para mim muito grande”, disse.