Raul entrou em sua vida de forma bem curiosa. O primeiro contato, em 1972, foi por meio de um programa de rádio, onde tocava "Let me Sing, Let me Sing", que mesclava rock com baião. "Achei aquilo horrível, desliguei o rádio na hora", conta Roberto. Uma nova chance, e Raul conquistou de vez um espaço na vida do rapaz que, lá pelos idos dos anos 1980, assistia encantado à uma performance do cantor no programa "Globo de Ouro", da TV Globo. A identificação foi instantânea. Naquele momento, Roberto se deu conta de qual era a missão de sua vida: ser cover de Raul. "Era uma coisa que eu tinha que fazer", diz. O ano era 1987, e desde então, o fã encarnou o ídolo, virou artista cover renomado e chegou a receber elogios do original.
Atingir diversas faixas etárias em diferentes poderes aquisitivos é para poucos, o que se torna ainda mais difícil depois de 20 anos de ausência. Roberto atribui a imortalidade do ídolo a sua atemporalidade nos assuntos abordados pela música do "Maluco Beleza", e da compreensão do Raul contestador que levam muitos fãs a se identificarem com a lenda. "Não encontro aquela atitude nos músicos de hoje. Alguns até tentam, mas não são Raul. Em partes, isso é ruim, porque quem imita acaba perdendo a identidade", afirma Sylvio.
Legado
Raul foi embora cedo, aos 44 anos, mas deixou um vasto legado que até hoje é revivido. O músico teve uma vida intensa. Foram cinco casamentos, deixando três herdeiros e uma vasta produção musical; até discos póstumos foram lançados após sua morte, em 21 de agosto de 1989, por pancreatite aguda causada pelos seus abusos com a bebida.
A figura emblemática de Raul não estava apenas na imagem anarquista, suas polêmicas com seitas religiosas e declarações ousadas, mas também no símbolo de um ser humano que se preocupava com o andamento do mundo e as injustiças que eram escancaradas na cara da sociedade, que se calava diante de tanta repressão. Fonte: Famosidades