Dólar sobe pelo terceiro dia consecutivo e fecha a R$ 1,74

O dólar subiu pela terceira sessão consecutiva frente ao real nesta quinta-feira, voltando ao patamar em que era cotado no final do ano passado depois de uma jornada de alta da moeda americana no exterior. O dólar fechou a R$ 1,745, com valorização de 0,40%.

Durante o encerramento dos negócios no Brasil, a moeda subia 0,6% em relação a uma cesta com as principais divisas, e as commodities caíam 0,8% segundo o índice Reuters-Jefferies. Em 2010, a moeda acumula agora variação positiva de 0,11% ante o real.

A alta do dólar no exterior era atribuída a dados piores do que o esperado na Europa e a comentários do novo ministro das Finanças do Japão, que defendeu a depreciação do iene. A grande expectativa do mercado, no entanto, está nos dados de emprego dos Estados Unidos que serão divulgados na sexta-feira.

A recuperação do emprego é vista como o sinal que o Federal Reserve (FED, banco central americano)espera para começar a subir o juro neste ano, o que consequentemente aumentaria a tendência de valorização do dólar em todo o mundo.

Mas a alta da moeda americana no Brasil chegou a perder força no meio da sessão. De acordo com profissionais de mercado, isso ocorreu por aumentos pontuais na oferta. "O fluxo está bom. À medida que dá uma estressada (alta do dólar), o exportador aproveita para vender e dar uma segurada no preço", afirmou o operador de câmbio de um banco, que quis permanecer anônimo.

O volume de negócios no mercado à vista, de acordo com dados parciais da câmara de compensação (clearing) da BM&FBovespa, era de cerca de US$ 2,8 milhões perto do fechamento dos negócios - acima do registrado nos últimos dias. O dado exclui o leilão do Banco Central e algumas transações.

Para Carlos Allievi Júnior, gestor da Infinity Asset, a continuidade da entrada de dólares no País deve contrabalançar uma eventual tendência de valorização global da moeda americana. Em 2009, o superávit cambial foi de US$ 28,7 bilhões, quase totalmente absorvido pelas compras do Banco Central.

"O dólar vai ficar "lateral" aqui (sem tendência de alta ou de queda). Se por um lado tem o fortalecimento do dólar (no exterior), por outro o fluxo ainda é muito forte", disse. Allievi comentou, por exemplo, que existe um volume expressivo de dólares de exportadores no exterior, que poderia ingressar no caso de uma queda do real.

Além disso, mais para o curto prazo, operadores comentam a emissão de US$ 1 bilhão em bônus de 10 anos pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Pesquisa da Reuters sobre as moedas dos países do Bric (Brasil, Rússia, Índia e China) apontou que o real deve ter pouca oscilação neste ano.Fonte: terra