Médico diz que falta política agressiva de combate ao cigarro

O médico psiquiatra, Samuel Rego, falou na tarde de hoje (15), no Jornal do Piauí, sobre a dependência química do fumo. Para ele, faltam políticas públicas mais agressivas no sentido de combater o uso do cigarro pela população.Pesquisa inédita divulgada hoje pelo instituto Captavox/TV Cidade Verde revelou que 95% dos teresinenses aprovam a criação de uma lei antifumo. No levantamento, 14% das pessoas se declararam fumantes. O psiquiatra disse ser a favor da lei antifumo e principalmente da proibição da venda de cigarro para menores de 18 anos. “Quanto mais cedo uma pessoa começa a fumar, mais chances ela tem de tornar-se dependente”, pontuou.  No entanto, ele não acredita que uma proibição da venda de cigarro solucionaria o problema. “A proibição acarreta o tráfico, e esse é um problema muito grave. O que deve ser feito é uma política de conscientização da população e deve ser dificultado o acesso”, pontuou. Segundo o médico, a dependência do fumo é um fator genético e o usuário só se tornará dependente caso haja uma pré-disposição. No entanto, o psiquiatra alerta para a importância de não experimentar o fumo. “Apenas 3% da população tem variação genética que protege contra a dependência. É melhor não experimentar, porque a tendência é se tornar dependente”, aconselhou. Samuel Rego explicou ainda que a dependência é causada por uma das quatro mil substâncias presentes no cigarro, a nicotina. “A nicotina se incorpora à biologia do cérebro e quando o usuário para de fumar, o cérebro sente falta”, esclareceu o psiquiatra.  Ele acrescentou que não existe tratamento para a dependência. “Existem tratamentos que controlam a dependência, mas não põem fim a ela. Se o usuário voltar a experimentar o cigarro, mesmo após um longo período afastado do fumo, ele poderá voltar a fumar”, disse.Pollyanna Carvalho (especial para o Cidadeverde.com)redação@cidadeverde.com