Juiz nega que advogado tenha dado informação a bando sobre operação

O juiz titular da 7ª Vara Criminal, Almir Tajra, afirma que não há registrado nos autos o envolvimento de um advogado que supostamente teria alertado aos criminosos de uma operação policial de apreensão de drogas em outubro do ano passado. Na operação, que ocorreu em 22 de outubro, foram apreendidos em uma Kombi 451 Kg de maconha, 9 Kg de cocaína e 26 Kg de crack.

As cinco pessoas envolvidas foram condenadas e outras quatro suspeitas de envolvimento devem ser julgadas.

"Nos autos do processo não consta nenhuma participação de advogado que teria dado informações aos criminosos", afirma o juiz.

Ainda segundo o magistrado, foram recolhidos um volume muito grande de escutas telefônicas e gravados cinco CDs de conversas interceptadas pela polícia.

Os condenados foram: Fabio Renner, o líder da quadrilha no Piauí, condenado a 14 anos; Alissandro Fábio, de São Paulo levava a droga para Fortaleza, condenado a 8 anos de prisão; Renato Alves Mendes, cearense levava para São Luís e Fortaleza, condenado a 8 anos de prisão; o motorista da Kombi, Paulo Henrique, condenado a 10 anos; e o braço direito de Fábio Renner, Francionildo, condenado a 8 anos.

Estão sendo investigadas mais quatro pessoas: Antonio Carlos de Paula Vicente, mais conhecido como "Gordo", de São Paulo, seria o fornecedor; Angra Caroline de Oliveira, mulher de Fábio Renner; Francisco Márcio Teixeira Perdigão e Angelita de Silva Mariano, ambos de Fortaleza. Advogado fala sobre o casoO advogado Antonio José Morais, que defendeu Fábio Renner, negou o envolvimento e disse que vai processar os meios de comunicação que divulgaram a informação.

"Esse diálogo telefônico não existe. O que aconteceu foi que durante um primeiro processo, no qual ele foi condenado, eu entrei com pedido de habeas corpus, que foi negado. Por consequência, ele teria um mandado de prisão expedido. Logo após a sessão, que era pública, os familiares dele me perguntaram o que fazer e eu disse que era melhor que ele se mantivesse retraído", afirmou.

O defensor afirma que esse ato não é uma falta de ética e é comum em diversos casos semelhantes. Ele disse ainda que irá entrar com processo de danos morais contra todos os meios de comunicação que divulgaram que ele teria tido informaçõe privilegiadas e passado para o seu cliente.

"O que deve ter acontecido é que tiveram acesso à reprodução do diálogo entre alguém da família e o Fábio Renner e associaram a mim", declarou.Atualizada às 11h30

Carlos Lustosa Filho (flash da Cico)Leilane Nunes (da redação)redacao@cidadeverde.com