O suntuoso Friedrichstadt Palast, um teatro que costuma receber grandes pecas de teatro e musicais, foi palco, na noite de hoje, da primeira exibição pública de "Tropa de Elite 2" na Europa.

O filme brasileiro foi apresentado na sessão Panorama para um público composto, em sua grande parte, de pagantes - e não de convidados, como costumam ser as estreias. Cada ingresso custava 10,50 euros.

O teatro, de 1,8 mil lugares, estava com cerca de 70% deles ocupados. Ao subir ao palco para apresentar o filme, o diretor José Padilha agradeceu o presidente da Agência Nacional de Cinema (Ancine), Manoel Rangel, e da RioFilme, Sergio Sá Leitão, ambos presentes à sessão.

Os espectadores acompanharam com atenção a saga do coronel Nascimento, apresentada numa cópia com legendas em inglês. Mas suas reações eram absolutamente distintas das reações da plateia brasileira. 

No início do filme, riram das estatísticas apresentadas pelo (ainda) professor de historia Diogo Fraga (Irandhir Santos) sobre a porcentagem de presos da população brasileira e também se divertiram com a aparição do apresentador de TV sensacionalista.

Aos poucos, porém, o ambiente da sessão foi ficando mais sério. Aplausos para a cena em que o personagem de Wagner bate no político corrupto? Nem pensar. A cena, que causou êxtase no público brasileiro, causou incômodo por aqui.

Ao fim da sessão, o filme foi aplaudido. Padilha, ao voltar ao palco, chamou os atores Wagner Moura e Maria Ribeiro e, de novo, vieram os aplausos, desta vez mais fortes.

José Padilha já esteve em Berlim outras duas vezes. Em 2008, ganhou o Urso de Ouro o primeiro "Tropa de Elite" e, em 2009, exibiu "Garapa" também no Panorama, considerada a mais nobre das mostras paralelas.

Os filmes exibidos nessa sessão não concorrem aos prêmios do júri.

Fonte: Folha Online