"Falta até gaze", reclama promotora indignada com Hospital Infantil

Na manhã de hoje a promotora Cláudia Seabra fez uma reunião com os médicos e o diretor do Hospital Infantil, Francisco Passos, e Telmo Mesquita, representando a Secretaria Estadual de Saúde, para discutir a situação em que se encontra o hospital.

De acordo com a promotora, mais de mil crianças estão a espera de cirurgias e o motivo é a falta de insumos básicos, como gazes cirúrgicas. A situação já havia sido detectada há dois meses. Na época, o Ministério Público impôs um Termo de Ajustamento de Conduta ao governo do Estado.

"O Hospital Infantil tem apenas duas salas cirúrgicas e 20 leitos para atender a mais de mil crianças. Dos 8 médicos que trabalham lá, 3 estão aguardando para realizar 680 cirurgias. É uma situação extremamente preocupante. Estou indignada", declarou a promotora.

Cláudia Seabra diz ainda que o hospital é, atualmente, o único que realiza procedimentos cirúrgicos em crianças em toda Teresina, já que os hospitais municipais de bairro não fazem sequer pequenas cirurgias.

A promotora afirma que o Ministério Público foi acionado por um pai de um menino que precisava fazer uma operação para não perder um rim e que fora informado no hospital que os procedimentos não estariam sendo realizados desde o dia 04/04.

"Resta ao Ministério Público recorrer ao sistema judiciário e solicitar medida cautelar porque este é um caso nítido de falta de vontade política e que gera indignação extrema", reiterou.

O médico João Benedito Gonçalves e Silva, chefe do setor de cirurgia pediátrica do Hospital Infantil, diz que o quadro se agravou depois que diversos hospitais na capital deixaram de fazer cirurgias em crianças através de convênio do SUS.

"Estamos tentando solucionar o problema. Queremos que o Estado nos dÊ condições mínimas de trabalho. Atualmente, eu não posso dizer para um pai que o filho dele vai sair de uma sala de cirurgia melhor do que entrou. Todos nós médicos estamos com sentimento de invalidez", declarou o médico.

O médico Telmo Mesquita, declara que o governo do Estado está programando uma licitação para a compra de material e, sem determinar prazo, disse que serão investidos R$ 2 milhões na compra de equipamentos e agilizando a reforma do hospital.

Flash de Carlos Lustosa FilhoRedação de Leilane Nunesredacao@cidadeverde.com