Empresário quer que governo volte a exigir fotos 3x4 impressas no Piauí

O sinônimo de praticidade para muitos é problema para Francisco Machado das Chagas Sobrinho, proprietário do Aba Foto. Ele iniciou uma luta para fazer com que os órgãos públicos obriguem as pessoas a entregarem fotos 3x4 reveladas  para os documentos, ao invés das imagens digitalizadas já impressas nos mesmos. Repleto de argumentos, ele tenta manter vivo um negócio que corre risco extinção. Jordana Cury/Cidadeverde.comSobrinho relata que Teresina tinha 69 lojas reveladoras de fotos. Hoje são apenas 12. Segundo ele, os empresários ou mudaram de ramo ou optaram por fotografarem eventos, como formaturas e casamentos. O empresário atribui aos documentos que ainda requerem fotografia impressa 80% do faturamento das lojas. Hoje, apenas o Registro Geral (RG) tem exigência de foto impressa. No Departamento de Trânsito (Detran) as fotos são feitas na hora do cadastro por uma webcam. Francisco Sobrinho afirma que a qualidade é inferior a do material revelado tradicionalmente e a imagem tende a sumir com o tempo. Mas não pede apenas que o Detran exiga fotos 3x4. Iapep, Plamta, e Ministério do Trabalho também são reivindicados em documento já levado ao Palácio de Karnak. As próximas visitas serão ao Ministério Público e a Ordem dos Advogados do Brasil.Em visita ao Cidadeverde.com, o empresário foi questionado sobre o ônus que seria transferido ao cidadão de um serviço que passou a ser gratuito. "A população toda a vida pagou. o que é caro é bebida alcóolica. Fotografia é um produto muito barato", respondeu. Sobrinho argumenta ainda que o próprio Estado perde dinheiro. "Quanto o governo não está perdendo (em impostos) na compra do papel e do produto químico?", questionou.Documentos versus TecnologiaFrancisco Sobrinho afirma que a população desconhece a importância da fotografia impressa. Além da qualidade das imagens para documentos, ele alerta que as recordações de uma vida correm o risco de serem perdidas se não forem reveladas em laboratório. "O fotógrafo amador está desinformado. Essa imagem vai apagar com o tempo. Se não apagar, ele perde com vírus em um pendrive ou porque o CD quebrou. Vai ficar sem a fotografia. O indivíduo vai ficar sem o passado dele. É preciso revelar para não ficar sem seu passado", argumentou. Aos 61 anos, se não tiver suas reivindicações atendidas, Francisco Sobrinho pretende pedir indenização, por não ter como buscar outra profissão para sobreviver. Antes, lutará. Seguirá distribuíndo um ofício com seus argumentos e um parágrafo onde lista, nome a nome, as lojas de fotos fechadas em Teresina nos últimos anos.Fábio Limafabiolima@cidadeverde.com