O presidente da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Adgovados do Brasil no Piauí, Lúcio Tadeu, disse que recebe constantemente denúncias de mães de presos sobre a grave situação em que se encontra a Casa de Custódia Ribamar Leite. Segundo ele, as próprias mães relatam que mais mortes devem acontecer.

Lúcio Tadeu afirma que a superlotação, o pequeno número de agentes penitenciários, o tráfico de drogas dentro do presídio e a rixa entre facções são as principais causas das mortes.

Advogado Lúcio Tadeu

"Temos aqui uma carta de uma mãe que denunciou, na semana passada, que mais mortes iriam acontecer. Ela relata que a droga é o principal motivo. Nós já vínhamos alertando para a situação da superlotação desde quando haviam 400 presos. Hoje esse número dobrou e, consequentemente, a situação está bem mais grave", declara o advogado.

De acordo ainda com Lúcio Tadeu, há presos marcados para morrer e esses assassinatos são anunciados para familiares antes que aconteçam. "As mães e as mulheres desses presos têm o retrato fidedigno do que acontece dentro do presídio e sabem que eles correm risco de morte. Eu não acredito em seita satânica, mas em brigas entre facções rivais, que 10 ou 12 agentes que vivem em permanente estresse por cuidar de 800 presos não dão conta. E o maior inimigo é o crack", afirma.

O presidente da comissão criticou a atitude da diretoria do presídio em transferir o detento Carlos Fernando Nobre, morto na semana passada, para o Pavilhão D, onde foi morto ao assinar um termo de compromisso.

"O preso assina o que for dentro da cadeia. A direção é que não pode colocar sua vida em risco, sabendo que ele tinha inimigos naquele pavilhão. Isso não poderia ter acontecido", afirma.

As cartas que chegam à OAB e estão sem identificação serão entregues ao Ministério Público Estadual, Sindicato dos Policiais Civis e Agentes Penitenciários e para a Secretaria de Justiça do Estado.

Flash de Caroline OliveiraRedação de Leilane Nunesredacao@cidadeverde.com