Artista brasileira diz ter sido plagiada por editora de livros

A artista gráfica carioca Nathália Suellen, 22, diz ter tomado um susto na quarta-feira passada, quando descobriu que a editora de livros HarperCollins havia anunciado um livro com capa extremamente semelhante a um de seus trabalhos. Desde que ela publicou um post em seu blog, o assunto tem rendido muitos comentários na rede e foi discutido até em um fórum no site da loja Amazon.com. Procurada pela Folha, a Harper Collins disse em comunicado que a capa será alterada. "A capa de 'Bewitching' foi um trabalho em andamento. Devido às semelhanças com um ebook existente, vamos alterar nossa capa", diz a nota. Segundo Suellen, a editora procurou-a meses atrás para que ela desenhasse a capa do livro "Bewitching", da escritora Alex Flinn. No entanto, como o desenho pedido era muito semelhante a um trabalho seu usado na capa de outro livro, "Spiderwork", de LK Rigel, Suellen diz ter recusado a oferta. "Fiquei espantada em ver a capa usada em 'Bewitching'. Foi apelativo por parte da editora copiar a arte que eu havia rejeitado licenciar. E de certa forma vingativo", disse Suellen à Folha. A artista diz já ter acionado um advogado perito em casos internacionais. 

Reprodução

Capas dos livros "Bewitching" e "Spiderwork"; artista brasileira teria sido plagiada

 

Segundo a artista, a licença para "Spiderwork" aconteceu no final do ano passado. "Depois de quatro ou cinco meses, a empresa Harper Collins me ofereceu US$ 4.000 para revender a mesma arte para ela. Chegou até a perguntar qual era a nacionalidade da escritora LK Rigel, como se não houvesse problemas em ter dois livros de capas iguais", conta. Mas Suellen diz ter recusado a oferta por considerá-la desonesta. "Tentei até oferecer uma arte similar, mas eles não mostraram interesse. O livro era o mesmo, 'Bewitching'. Eles insistiram muito para a arte ser revendida pra eles, mas isso seria desonesto. O tema do livro também foi um apoio para concluir minha rejeição, pois tento filtrar os temas de literatura paranormal, incluindo misticismo e bruxaria", explica. LK Rigel, a autora do livro para o qual Suellen vendeu a arte originalmente, também fez um post a respeito do possível plágio. "Tenho consciência de que nem todas empresas são assim, essa foi a minha primeira experiência com algo desse tipo. Espero que, no mínimo, a empresa retire a arte de vez [de circulação]. Isso já seria um grande passo", afirma Suellen. "Só quero ser respeitada como artista".Fonte: Folha Online