Mãe de bebê raptada faz apelo: "quero minha filha sã e salva"

A desempregada Mires da Silva Lima, 24 anos, mãe da bebê raptada em Teresina, nega que tenha vendido sua filha e faz apelo para encontrá-la de volta. Hoje a criança, identificada como Vitória Raquel, está completando dois meses de vida. Fotos: Yala Sena/Cidadeverde.com Uma quadrilha acusada de tráfico de crianças foi desbaratada pela Delegacia de Proteção à Criança e o Adolescente (DPCA) nesta semana. Pelo menos quatro integrantes estão presos em Teresina, dentre eles, o ex-deputado da Paraíba, Fausto Oliveira, preso em Fortaleza e recambiado ontem para capital piauiense. A mãe está bastante abalada. “Peço que devolvam minha filha, sã e salva. Ela foi raptada e eu fui enganada”, declara. Mires Lima disse que a quadrilha chegou até ela, através de uma mulher identificada como Maria da Conceição Pacífico dos Santos [uma das presas], que seria sua amiga, e a apresentou para Michele [foragida], Fausto e Joana Ribeiro do Nascimento Lira [também presa]. O fato aconteceu no dia 24 de outubro, na residência de Mires, no Quilômetro Sete, bairro Santo Antônio, zona Sul de Teresina. No dia, a então recém-nascida, Vitória Raquel, estava com hérnia umbilical e cólicas, precisando ir ao médico, mas Mires alegou não ter dinheiro e Conceição se ofereceu para levá-la a uma clínica, junto com “os amigos”. E a partir daí a criança desapareceu. “Peço que a polícia encontre minha filha. Hoje já faz 13 dias e até agora não tenho nenhuma notícia”, afirmou. Sobre Fausto Mires disse que não conhecia o ex-deputado estadual e só o viu uma vez, no dia que esteve em sua casa. “Eu nunca tinha visto ele na minha vida. A primeira vez foi naquele dia”. Mires relembra que quando foram se apresentar para ela, a Joana disse que Michele era sua sobrinha, que morava no Joquéi Clube. Ela se arrepende e diz que não acompanhou a filha até a suposta clínica porque tinha que ficar com suas outras duas filhas. “Eu não durmo mais, eu sonho, eu ouço o choro dela, porque ela era viciada no peito. Eu sinto que ela voltar”, disse chorando. Mires diz que passa necessidade e mora de favor em um quarto, depende do Bolsa Família e da doação de pessoas. “Eles me enganaram e é certo aquele ditado que diz: quando a esmola é grande o santo desconfia. Eles falaram em levarem ela para clínica e confiei na Ceiça [Concleição]”, declarou. Michele - foragida Venda da criança A polícia está investigando que a intermediária iria ganhar um apartamento em Recife e R$ 4 mil em dinheiro, em troca do bebê. A desempregada disse que não ficou sabendo dessa negociata e afirma que não vendeu sua filha. “Eu não sei do que eles estão falando. Só eu sei o que estou passando, eles agiram de má fé comigo”, declara Mires que prestou queixa na DPCA. Flash de Yala Sena Redação Caroline Oliveira redacao@cidadeverde.com