Criança índigena morre queimada no Maranhão por madeireiros

A Fundação Nacional do Índio (Funai) enviou uma equipe para apurar o caso de uma criança indígena queimada por madeireiros em outubro no Maranhão. De acordo com o órgão, uma equipe está indo de Imperatriz até a Terra Indígena de Arariboia, onde o crime ocorreu. De acordo com a Funai, informações mais precisas deverão ser divulgadas na próxima segunda-feira (9).O caso teve destaque nesta semana com a ajuda de redes sociais, mas o crime ocorreu em outubro, segundo o Conselho Indigenista Missionário (Cimi). A criança é da etnia Awá-Guajá, que vive isolada do contato com os brancos e divide o território com outros povos. O assassinato foi denunciado pelo povo Tenetehara, que também vive em Arariboia.Os Tenetahara informam que costumavam ver os Awá-Guajá em caçadas na mata, mas que deixaram de encontrá-los depois que viram um acampamento com sinais de incêndio e com os restos mortais da criança. “Depois disso não foi mais visto o grupo isolado. Nesse período os madeireiros estavam lá. Eram muitos. Agora desapareceram. Não foram mais lá. Até para nós é perigoso andar, imagine para os isolados”, diz Luís Carlos Tenetehara.O grupo acredita que os Awá tenham se dispersado para outros pontos de Arariboia temendo novos ataques. Segundo eles, a ação de madeireiros na região têm feito com que os Awá migrem do centro do território para as periferias, ficando sujeitos ao contato com a sociedade. As migrações também são motivadas pela extração madeireira, já que os Awá são essencialmente coletores.A Funai informou que recebeu, em novembro, uma denúncia anônima sobre assassinatos de índios na região, porém sem especificar que havia uma criança entre as vítimas. O órgão também disse que protocolou denúncia junto à Polícia Federal e solicitou que uma investigação fosse feita.Fonte: Agência Brasil