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Sobre a divisão do Piauí

"Tome-se um exemplo singelo, como recurso de exposição.  Dividir essa rica versatilidade do Piauí de hoje seria como dividir entre duas vitrines o sortimento variado de uma só vitrine.  Cada nova vitrine exporia variedade menos rica de artigos.  As tentativas divisionistas ou são fruto da ingenuidade de uns, ou o são da malícia de outros.  Os primeiros movem-se pelo propósito generoso de atrair mais assistência para o sul do Estado;  e os segundos – embora engajados, acreditemos, na mesma bandeira generosa – são motivados também pelo desejo de poder, representado pela perspectiva de administrarem os novos empregos que seriam gerados;  e representado pela perspectiva de captura da parcela do Fundo de Participação e das demais transferências federais, bem como dos tributos estaduais, que seriam usufruídos  pelo novo Estado, isto é, pelo meio-Estado, – sob o pressuposto ilusório de que administrariam esses recursos com mais, digamos assim, produtividade social. Como se a velha natureza humana dos governantes novos fosse menos imperfeita que a velha natureza humana dos velhos governantes.  Como se a fronteira política que fosse criada tivesse o poder mágico de deixar do lado de lá os pecadores;  e do lado de cá, os santos." O texto é trecho de artigo publicado no portal do Sertão, órgão da Fundação Nogueira Tapety. O autor,Padua Ramos, é professor titular da cadeira de Planejamento Social da UECE - Universidade Estadual do Ceará;  e pró-reitor da mesma universidade para a área de planejamento. É autor do livro Em Busca do Ângulo Alfa, sobre políticas públicas

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