Presidente da África do Sul casa com 4ª mulher

O polígamo presidente sul-africano Jacob Zuma se casou pela sexta vez nesta sexta-feira (20), em uma cerimônia zulu chamada de "Umgcagco", em sua casa em Nkandla.Vestido com as tradicionais peles de leopardo, o presidente sul-africano se casou com sua noiva Bongi Ngema, que namorava havia anos. Aos 70 anos, Zuma se converte assim em marido de quatro mulheres simultaneamente e reativa a polêmica sobre seus hobbies e estilo de vida como chefe de Estado.Ngema será sua quarta esposa, já que Zuma se divorciou de uma delas e é viúvo de outra.O casamento será o terceiro de Zuma em pouco mais de quatro anos e o segundo desde sua chegada ao governo, já que a Constituição autoriza a poligamia no âmbito do direito dos costumes, embora o direito comum não a reconheça. Na África do Sul, o anúncio de seu novo casamento foi recebido sem entusiasmo por uma opinião pública desencantada diante do comportamento de vários veteranos da luta contra o apartheid, pelos casos de corrupção e pelo aumento das desigualdades.O casamento foi anunciado pela imprensa com títulos irônicos. "Zuma se casa... outra vez", apontou um jornal. "Esperamos que seja a última", disse outro."O maior problema com seus casamentos é que o contribuinte paga uma parte dos gastos", criticou um editorial do jornal "The Sowetan", além de denunciar a mensagem "pouco exemplar" enviada em um país onde as relações sexuais com muitas pessoas facilitaram o caminho para uma epidemia de Aids."É como se enviasse uma mensagem de: 'façam o que eu digo, mas não o que eu faço'", afirmou o jornal. "É difícil ver como poderá dar aos seus filhos a atenção que precisam", sustentou, e acrescentou que "seu comportamento pode dar a impressão de que se interessa mais pelo prazer do que por governar o país".A presidência tentou evitar a polêmica em um comunicado no qual afirmou que o presidente pagará a festa com seus próprios recursos.A nota também informou que "as esposas não são remuneradas pelo Estado" e que os gastos da educação de seus filhos não sairiam dos cofres públicos.No entanto, o comunicado não impediu a polêmica. Em um país onde 40% da população vive em uma pobreza indigna das esperanças nascidas há 18 anos com a queda do apartheid, o ritmo de vida do presidente fere o sentido comum."A linha oficial é que não custa mais caro o fato de que o presidente tenha várias esposas, mas se olharmos os números a fatura aumentou", comentou Lucy Holbron, diretora de pesquisas do Instituto Sul-Africano para as Relações Raciais.Fonte: G1