Litoral: Parnaíba é berço da natureza e da beleza do Piauí; Veja

Um rio grandioso e uma natureza rica foram os atrativos para o povoamento da região que hoje conhecemos como a cidade de Parnaíba, no litoral do Piauí. Dunas, mar, vento trouxeram, por volta de 1571, o navegador Nicolau Resende, que naufragou no Delta do Parnaíba e passou anos tentando encontrar o tesouro perdido.Até hoje, algumas pessoas sobrevivem com esse sonho de encontrar o tesouro. Outras, se valem dos tesouros naturais para conseguir o sustento. É do mangue que o catador de caranguejo Leandro e tantas outras famílias inteiras vivem da cata. O produto é levado para a venda na cidade e em outros estados, como o Ceará.Quando os navegadores chegaram à essa terra perceberam que a terra tinha dono: os índios tremembés, que eram ótimos nadadores (eram conhecidos como "peixes racionais").Uma família descendente dos tremembés ainda habita a região. Seu Militão e Dona Maria da Graça não moram em uma oca. Na casa de alvenaria e coberta de telhas, há vestígios da tecnologia. Dona Graça exibe o telefone celular, que usa para se comunicar com amigos e familiares.As primeiras ocupações da região foram erguidas por volta de 1700. Comerciantes que usavam o rio como via de transporte, e com a criação do gado, a região começou a ser usada para descanso e guarda de animais e da carne salgada. Foi aí que o local ficou conhecido como Porto Salgado.O professor Eweltiman Mendes explica que Parnaíba existe por causa dio rio e do mar.O Porto das Barcas seria o local mais movimentado e mais lógico para a instalação da vila. Porém, passava 8 meses do ano inundado. O governador da província, João Pereira Caldas, então, determinou que o arraial Testa Branca fosse a sede, com a promessa de construção de 59 edificações. A tal promessa nunca foi cumprida.A transferência definitiva da vila para o porto ocorreu e, por volta de 1770, Domingos Dias da Silva e o filho, Simplício Dias, construíram duas igrejas: a igreja do Rosário, para os negros, e, do outro lado da praça, a igreja de Nossa Senhora Mãe da Divina Graça, usada pelos brancos.Nas paredes da Igreja da Graça, encontram-se azulejos com símbolos da Maçonaria, uma mostra do espírito libertador dos que lutaram pela Independência.O historiador Diderot Mavignier explica que Dom Pedro era grão mestre do Grande Oriente do Brasil e a Maçonaria aproveita um conjunto de vetores que levaram à Independência.Parnaíba virou um centro de disceminação de ideias. As notícias chegavam lá antes de chegarem à capital. Passou a crescer uma elite que começou a intervir na política.Já rico fazendeiro, Simplício Dias da Silva proclamou a indenpendência da colônia em 19 de outubro de 1822.O também historiador Reginaldo Júnior afirma que Simplício Dias foi muito importante na luta pela Independência, em defesa da comunidade. Foi na casa onde funcionada o antigo quartel da cavalaria, que ocorriam diversas reuniões.Parnaíba lutou e, em 1824, aderi à COnfederação do Equador. Simplício Dias morreu em 1825.Hoje, a cidade de brisa leve e gente trabalhadora tem quase 150 mil habitantes. É a segunda maior cidade do Estado e é uma das seis cidades piauienses que completa 250 anos este ano.Leilane Nunes*Com informações de Karina Matos (da TV Cidade Verde)redacao@cidadeverde.com