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Em audiência, pais choram denunciando suspensão das terapias para autistas; queixas aumentam em 50%

Por Yala Sena

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Um caos e não há ambiente para dialogar com os planos de saúde são os relatos das mães e pais de pessoas com transtorno do espectro autista durante audiência pública realizada hoje (24) na sede da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil). Os pais  pediram providências sobre as constantes suspensões de terapias para os filhos autistas. Muitos choraram e pediram providências urgentes já que os filhos estão sendo prejudicados na escola e em casa. 

A OAB convocou os planos de saúde para a audiência que contou também com a presença dos pais. Eles relataram que é “desumano” o tratamento dos planos suspendendo as terapias sem comunicação prévia para eles. 

A presidente da Comissão dos Autistas, Mirna Castro Mouzinho disse que é “ilegal, imoral e inconstitucional” os cancelamentos das terapias. 

“Quando o autista não faz terapia há uma regressão e prejudica o seu desempenho, fechando uma janela de oportunidades”, disse Mirna. 

O presidente da comissão de saúde da oab, Williams Cardec disse que aumentou em mais de 50% as queixas das mães de autistas nos últimos quatro meses. 

“Há um ano realizamos audiência sobre o problema e só tem aumentado a demanda de queixas. Nos últimos quatro meses aumentou em 50% as queixas”, afirmou William Cardec. 

A audiência é uma realização das Comissões de Defesa dos Direitos da Pessoa com Autismo e Direito à Saúde da Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional Piauí, e conta com a participação de representantes de planos de saúde, profissionais de saúde, representantes de clínicas e beneficiários.

A jornalista Astrid Lages, do movimento Autista Legal Teresina, classificou como um “caos” a situação e que os desrespeitos dos planos são recorrentes. 

“As mães passam um calvário para ter um diagnóstico dos filhos e ter atendimento de saúde. Queremos respeito e que a lei seja cumprida”, disse Astrid Lages.

Auditorias em clínicas

O advogado Paulo Gustavo Sepúlveda, do plano de saúde Humanas, disse na audiência que a suspensão das terapias aos autistas é uma responsabilidade das clínicas conveniadas. O advogado informou que Humanas realiza auditorias após detectar pagamentos irregulares a algumas clínicas. Ele informou que uma das maiores clínicas do estado cobrou R$ 660 mil por atendimentos, sendo que a operadora repassou R$ 500 mil,  e que R$ 160 mil há suspeitas de cobrança a mais. 

Paulo Sepúlveda fez um pedido aos pais e mães que não assinem lista de presença quando não puderem comparecer as terapias. Segundo o advogado, a empresa já abriu mais de 2 mil vagas e até setembro abrirá mais 800 novas vagas para as terapias. 

“Ouvimos as reclamações e serão levadas para a direção para buscar soluções, mas estamos fazendo um esforço histórico para a cobertura das terapias”, disse o advogado da Humanas.   

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