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Coluna 25 e 26/04/2024

O novo jogo de Fábio Novo e Sílvio Mendes em Teresina

O que um líder faz? Domina o mundo que o cerca, dirige as pessoas e indica caminhos. Uma eleição responde à seguinte pergunta: “Quem é o maior líder desta cidade?”. O eleitor não precisa de ferramentas avançadas para responder ao questionamento de quatro em quatro anos. Ele sente, ele vê, ele sabe. Pode errar. E quando erra, demite o “funcionário”. Em Teresina, a disputa se afunila entre Fábio Novo (PT) e Sílvio Mendes (União Brasil), com novas estratégias sendo gestadas a cada momento, em resposta aos passos dos adversários. É como uma dança. Só que na beira de um precipício. 

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Ataque e contra-ataque

Do lado de Fábio Novo, uma postura de ataque direto a Sílvio Mendes – algo que vinha sendo evitado até então. Da parte da Sílvio, sem respostas. A coluna apurou com fontes privilegiadas de ambos os lados que nada disso é por acaso. Fábio traz Sílvio ao centro do palco, apontando o que ele considera serem suas fragilidades (com muita pesquisa embasando) e Sílvio não responde justamente pelo motivo contrário: quer manter a postura de líder: “Quem lidera não responde a ataques de baixo”, pontuou um interlocutor do lado silvista. Manterá o sangue frio até o final?

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Qual é a que tá valendo?

Políticos que vivem 24h por dia e sete dias por semana disso, falam à coluna: “Qual pesquisa você acha que está valendo?”. Ora, são tantas, e os números tão díspares, que é preciso mergulhar nos históricos dos institutos, entender quem contratou as pesquisas e como elas foram feitas, enfim, uma jornada para separar o joio do trigo. Cada lado aponta o próprio favoritismo, nada de novo sob o sol...

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Já tem data para passar

A novidade é que o grupo petista realiza o que se chama de trackings, ou seja, levantamentos diários de votos – para consumo interno. Monitoram cada meio ponto de subida ou descida. Dessa forma, esperam para o início de maio, a chegada de Fábio Novo no patamar de Sílvio, com ultrapassagem adiante, mas antes das convenções. Otimistas. E com boa nova vinda dos pré-candidatos a vereador, emitindo sinais de que a estrutura necessária para honrar os compromissos, já começou a aparecer!

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Juntos somos ainda mais fortes

Já no núcleo duro silvista, o negócio é dividir para conquistar. Os eventos políticos têm se organizado assim: o vice, deputado Jeová Alencar, em uma agenda, e o cabeça de chapa em outra. No final, devem se reunir em eventos semanais maiores, de 300 a 500 pessoas em média. A ideia é mostrar mobilização e força. Uma eleição é sempre um jogo de impressões. E o eleitor quer estar do lado que ganha, claro.

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Coordenadoria de Sustentabilidade? Pera lá!

Uma fonte altamente gabaritada, não achou nada legal a sugestão dada por um político para a criação de um espaço que acomodasse o PV no âmbito estadual no Piauí. A ideia (volte uma coluna) era criar uma espécie de Coordenadoria de Sustentabilidade e coisa e tal. “Precisamos é de uma secretaria da mudança climática. Para tratar sobre a crise climática. Mas não com um político a frente e sim um técnico para pensar sobre políticas de adaptação. Niterói foi o primeiro município a criar a secretaria de mudança climática”, frisou a fonte.

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Já temos um líder!

Resolvido! O vereador Luís André (PL) é o novo líder do prefeito Dr.Pessoa na Câmara de Teresina. O impasse persistia desde a saída do suplente de vereador Antônio José Lira da dura missão, especialmente em um ano eleitoral, onde as demandas são infinitas. Mas por que Luís André e não os outros nomes cotados, como Marquim Costa e Alan Brandão? Luís André é bem quisto pelos colegas, mas não será poupado de gastar saliva e “cumprir os compromissos”, segundo vereadores ouvidos pela coluna.

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Botamos fé em você, mas cuidado

É que o triunvirato de vereadores decidiu se unir para apoiar um parlamentar que teria a garantia da postura colaborativa dos colegas – algo que todo líder almeja. No PL, a aposta de Luís André é na manutenção do partido no apoio a Dr.Pessoa ao invés de uma candidatura própria ao Palácio da Cidade, que seria encabeçada por Gessy Lima. O PL municipal ligado a Pessoa acredita na vez e na voz do vereador Leonardo Eulálio com o presidente nacional, Valdemar da Costa Neto, versus Gessy e sua influência ascendente com a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. Quem dará a palavra final? Quem viver, verá!

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O óbvio ululante

Na política não há acaso. Quando um personagem, antes incólume, passa a ascender, é porque estão captando que investir em determinado tema significará colher votos. Afinal, se a população sofre, um personagem com credenciais, que dialogue com aquela dor da população, será um alívio, um solucionador de problemas. Para saber que ventos sopram para 2026, olhe para 2024. Está na cara.

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Desmentidor oficial

Toda campanha, por menor que seja, precisa se atentar para a importância de escalar um ator que rebata as mentiras. É necessário ter alguém de credibilidade no nível local no combate às fake news. O segredo é distribuir e não centralizar, especialmente no contexto de instrumentalização do medo. Com tanta gente vivendo com o medo de ser enganada (algo que ninguém quer), a desinformação cresce. Campanhas vivem (ou morrem) em cima desse fato.

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Forme uma tribo

Imagine que uma eleição majoritária é uma disputa de tribos. Responda: por que seu soldado iria para a guerra com você? O que você acredita? Qual é a sua missão? Como vive essa missão no dia a dia? Considerando que as pessoas vivem uma solidão hiperconectada - estamos muito sozinhos e cheios de seguidores e amigos digitais - o que entrega a sensação de conexão é o inimigo comum. Os problemas são complexos e nenhuma solução política funciona de fato. O que vale, no final, é quem gera mais conexão com a outra ponta do espectro. 

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Para ler, ver e ouvir

Vamos combinar o seguinte. Ao terminar de ler a coluna, o leitor abre uma aba no navegador da sua preferência e pesquisa assim: “Cinema + filme + Guerra Civil + comprar ingresso”. Após assistir ao novo filme do diretor Alex Garland, o leitor nem precisa agradecer à colunista, é um favor que a coluna presta gratuitamente (de nada). Estrelado pelo brasileiro Wagner Moura e por Kirsten Dunst, a película tem arrastado bilheterias pelo mundo. O apelo de “Guerra Civil” é simples: em um futuro distópico, um grupo de jornalistas, percorre os Estados Unidos durante um conflito envolvendo toda a nação. Não deixa de refletir tensões e questões urgentes atuais (de imigração à humanidade que há em nós), passando por uma bela homenagem ao sofrido jornalismo profissional. 

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Se conselho fosse bom

O básico sobre estratégia é que seus adversários precisam saber que você vai até o final e aceita pagar os custos das apostas que faz. Se perder é um problema para você, aproveite e fique em casa. Ou você joga para ganhar – e pode até perder. Ou você joga para não perder. Nesse caso, tenha certeza de que você nunca ganhará nada. Em toda relação haverá um polo de poder e outro subordinado. Quem consegue induzir as escolhas dos outros, exerce o poder. Ou você teme, ou exerce o temor. Maquiavel dizia que o príncipe deve “amar os homens como eles querem, mas deve se fazer temer como ele quer”. Deixe sempre implícito que você pode tem cartas reservadas para virar a mesa.

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Cifrada do Preço de Desistir

Há todo tipo de desistência na política. Tem o político que retira a candidatura para apoiar, por baixo dos panos, o amor da vida. Assim como há o que prefere retirar por vias indiretas, a companheira da vida pública. Da mesma forma, há pré-candidatos a vereador experientes, com histórico de muito voto (muito mesmo) assediados noite e dia para apoiar outros nomes apadrinhados por gente grande. A questão passa também por 2026, afinal, quem desiste hoje não vai sair totalmente da política, não é? Como já nos lembrava – sempre ele – Maquiavel: “Um homem esquece mais facilmente a morte do próprio pai do que a perda do patrimônio”...

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Foto do dia

Foram muitas idas e vindas à capital federal, o caminho é assim mesmo. Na última semana, o prefeito Dr. Pessoa e o secretário municipal de Planejamento, João Henrique Sousa, estiveram em Brasília para os ajustes finais de liberação de uma operação de crédito, no valor de R$100 milhões. João Henrique afirmou à coluna que está “tudo pronto” para chegar em Teresina, já nos próximos dias, os recursos que serão aplicados em obras na cidade. Outro ponto que avançou a instalação de mais uma agência do BRB em Teresina, como alternativa de instituição financeira para os servidores públicos municipais. Falta só o anúncio oficial.

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A frase para pensar

“O medo não pode ser conselheiro de nenhum partido político”, Ulysses Guimarães (1916-1992), político brasileiro e um dos principais opositores da ditadura militar.

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